O coordenador do BE João Semedo defendeu este sábado que o apelo da ministra das Finanças para debater a dívida é “tardio e não é para levar a sério” porque o Governo está obcecado em satisfazer os credores.

“Nós não temos feito outra coisa de há três anos que não seja apresentar sucessivas propostas relativamente a reestruturação da dívida, o Governo é que está fanática e obsessivamente agarrado a satisfazer os credores”, afirmou João Semedo aos jornalistas durante uma conferência de imprensa sobre a Mesa Nacional do BE, o órgão máximo do partido entre convenções.

A propósito de uma questão colocada por um dos alunos da Universidade de Verão do PSD, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, fez hoje um desafio aos partidos para um debate no parlamento sobre a dívida, em que cada um apresentaria as suas soluções de forma estruturada e com exemplos do que outros países fizeram.

“Esse apelo é tardio e não é para levar a sério. O Governo há muito tempo que definiu uma política, que é impor a austeridade aos país, empobrecer o país, as pessoas, as famílias, a sua economia, para pagar uma dívida de acordo com a vontade exclusiva dos credores”, defendeu João Semedo.

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O coordenador do Bloco ressalvou que o partido “tem participado em todas as discussões que o Governo tem proposto”, mas apontou que esses convites e discussões “são apenas para encenar uma política de diálogo a que este Governo é completamente alheio”.

O coordenador bloquista desvalorizou também a ideia de uma eventual futura descida de impostos, nomeadamente nas empresas, conforme Maria Luís Albuquerque também referiu.

“Não há país da União Europeia em que os impostos tenham crescido tanto e tão depressa. Foi o maior aumento de impostos da história do país, não me venham falar de baixa de impostos”, disse.