Os bancos do Fundo de Resolução, que emprestaram dinheiro para o resgate do BES, querem acompanhar de perto a situação do Novo Banco até à venda, noticia esta segunda-feira o Jornal de Negócios. A ideia é criar uma comissão formal de acompanhamento que permita aos bancos portugueses que ficaram com o risco financeiro terem informações privilegiadas e uma palavra a dizer no processo de venda do Novo Banco.

Segundo o Negócios, a ideia já foi transmitida ao Banco de Portugal, entidade máxima neste caso, mas os responsáveis pelos bancos da concorrência ainda não obtiveram resposta.

A preocupação da banca prende-se com o facto de considerarem que, quanto mais tempo passar até à venda da instituição, mais difícil será vender a um preço próximo dos 4.900 milhões de euros que foram injetados no banco. E, portanto, mais dinheiro podem perder com o processo, já que são os bancos do sistema financeiro português que vão cobrir as perdas que surgirem da operação.

Mais do que informações privilegiadas sobre todo o processo, os bancos, que em todo o caso são da concorrência, querem assim poder ter uma palavra a dizer no processo e defender as suas posições de forma mais sistemática.

Relativamente ao Novo Banco, segundo o Diário Económico, já tem as suas contas refeitas e entregues à PricewaterhouseCoopers (PwC). O chamado balanço zero (um balanço totalmente construído do ponto de partida do banco, criado a 4 de agosto) permite saber, por exemplo, se as necessidades de capital inicialmente identificadas, de 4,9 mil milhões de euros, estavam corretamente identificadas. São, assim, um dado crucial para o futuro processo de venda da instituição, a par das duas auditorias que foram desencadeadas pelo Banco de Portugal.
Em paralelo, continua o trabalho do Deutsche Bank, como assessor financeiro, de avaliação de activos e optimização do balanço. E a preparação do futuro plano estratégico do Novo Banco, em conjunto com a Mckinsey.

 

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