O vice-primeiro-ministro disse em Otava no Canadá que Portugal pretende ultrapassar este ano os 400 milhões de euros em exportações para aquele país. Paulo Portas está a liderar uma comitiva portuguesa que, entre segunda e terça-feira, estará reunida com com entidades canadianas em Otava e Toronto, no sentido de estimular o desenvolvimento de parcerias empresariais. “O Canadá é um país muito importante para as exportações portuguesas. Trata-se do segundo maior país do mundo em área (9.984.670 quilómetros quadrados), é a décima primeira economia global, tem o rendimento per capita cerca de 50 mil dólares (35 mil euros) por habitante, o que significa mais do dobro do rendimento per capita português. Uma sociedade próspera que tem poder de compra para adquirir produtos e marcas portugueses” afirmou Portas em declarações aos jornalistas.

Atualmente existem mais de mil empresas que trabalham com o mercado canadiano, sendo que integram a delegação empresarial, nesta missão ao Canadá, 25 empresas de diversas áreas como as tecnologias de informação e saúde, bens de consumo, agroalimentar e engenharia. O objetivo passa por ultrapassar este ano os 400 milhões de euros em exportações. “Subimos nos últimos quatro anos cerca de 45% das exportações para o Canadá. Este mercado é tão grande, em certo sentido tão rico, que pode ser uma boa aposta para as empresas e marcas e produtos portugueses, e o vinho atinge cerca de 20% das exportações”, frisou.

Este é a primeira meta a atingir nas quinze reuniões a efetuar com as autoridades canadianas nestes dois dias “non stop”, com o intuito de ultrapassar a barreira dos 400 milhões, algo que Paulo Portas considera ser “possível” até porque no primeiro semestre “registou-se um crescimento de 6%”, daí que seja possível “dar mais este passo”. O CETA (Comprehensive Economic and Trade Agreement), acordo comercial entre a União Europeia e o Canadá, também vai trazer bastantes benefícios ao setor empresarial português, pois vai “remover cerca de 98% das barreiras pautais” que existem atualmente. “O vinho, o mobiliário, o calçado ou os têxteis portugueses quando exportam para o Canadá pagam direitos de entrada que podem estar acima dos 10% ou atingir muito mais do que isso. Este acordo vai remover essas barreiras, há menos entraves na entrada”, salientou o vice-primeiro-ministro.

Paulo Portas também apelou às empresas portuguesas que no próximo ano e meio “aproveitem o acordo de comércio”, pois “vão poder exportar” sem pagar direitos à entrada no mercado do Canadá que é de “crescimento exponencial” para Portugal. Este que é também um dos objetivos desta deslocação ao Canadá, visto que dentro de ano e meio o acordo entra em vigor e as empresas lusas “devem preparar-se, encontrar os seus importadores, fazerem parceiras, exportando produtos de grande qualidade, não pagando barreiras de entrada, que vai aumentar ainda mais as exportações, um dos objetivos da viagem”.

Paulo Portas reuniu-se com os ministros federais do Canadá, do Comércio Internacional (Edward Fast) e da Indústria (James Moore), entre outras entidades oficiais canadianas. Na noite de segunda-feira viajará para Toronto, onde na terça-feira tem um encontro marcado com o ministro das Finanças do Ontário, o luso-canadiano Charles Sousa.

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