O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse hoje, em Seia, esperar que o Parlamento preste rapidamente esclarecimentos sobre alegados pagamentos que Pedro Passos Coelho terá recebido da empresa Tecnoforma enquanto era deputado.

Seguro, que falava aos jornalistas à margem de um jantar/comício de apoio à sua candidatura às primárias do PS, lembrou que o primeiro-ministro “preferiu não dar explicações e remeteu para o Parlamento”.

“Aquilo que eu aguardo é que o Parlamento rapidamente dê os esclarecimentos e preste os esclarecimentos que o primeiro-ministro entendeu não dar e remeter para o Parlamento”, declarou o líder da oposição.

A revista Sábado noticiou, na quinta-feira, que a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, recebeu este ano uma denúncia, com informações sobre alegados pagamentos do grupo Tecnoforma a Pedro Passos Coelho quando este desempenhou funções de deputado em exclusividade e que ascenderiam a 150 mil euros.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo a revista, essa situação violaria a lei em vigor, que impede os deputados que optem pela exclusividade de funções de acumular outros rendimentos no Estado e em empresas e associações públicas e privadas.

A PGR esclareceu logo na quinta-feira que está em curso uma investigação e que esse inquérito “não corre, até à data, contra pessoa determinada”.

Um dia depois, no Porto, quando questionado sobre os alegados pagamentos que terá recebido da Tecnoforma nessa altura, o primeiro-ministro defendeu que o parlamento deveria pronunciar-se sobre as condições em que ele próprio exerceu funções de deputado há cerca de 15 anos.

Pedro Passos Coelho considerou ser-lhe difícil recordar-se de todas as responsabilidades que exerceu há 15 anos ou mais, recordando que até ao momento não foi questionado pelo Ministério Público sobre esta matéria e assegurou que, caso venha a ser, dará a sua “total” colaboração.