As autoridades de Hong Kong anunciaram esta segunda-feira a retirada da polícia antimotim das ruas tomadas por protestos massivos contra a recusa de Pequim em garantir pleno sufrágio universal na antiga colónia britânica.

Em comunicado publicado no portal do Governo de Hong Kong lê-se a seguinte mensagem: “Porque os cidadãos reunidos nas ruas acalmaram, a polícia de choque foi retirada”.

No mesmo comunicado, o Governo liderado por CY Leung apela aos manifestantes “para desistirem de ocupar as ruas o mais rapidamente possível para que viaturas de emergência possam passar e para que os serviços de transporte público possam ser parcialmente retomados”.

Milhares de manifestantes ocuparam pelo menos três artérias da cidade, paralisando várias zonas depois dos confrontos, esta madrugada, que se estenderam por várias horas e durante os quais a polícia lançou gás lacrimogéneo.

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Durante a manhã de segunda-feira a presença policial era menos visível com os agentes da polícia antimotim a serem substituídos por um contingente menor de efetivos fardados com os uniformes do dia a dia.

Num dos locais de protesto no movimentado distrito comercial de Causeway Bay não se avistava presença policial.

Apesar dos apelos, os manifestantes não têm dado sinais de que irão ceder ao pedido do Governo de Hong Kong para que deixem as ruas.

Uma semana de boicote às aulas por parte de estudantes universitários terminou na noite de sexta-feira com uma manifestação que resvalou em incidentes que se estenderam ao fim de semana.

O movimento em Hong Kong surge em contestação à decisão de Pequim de restringir o sufrágio universal pleno. A 31 de agosto, a Assembleia Nacional Popular decidiu que os aspirantes ao cargo vão precisar de reunir o apoio de mais de 50% de um comité de nomeação para concorrer à eleição e que apenas dois ou três serão serão selecionados.

Ou seja, a população de Hong Kong exercerá o seu direito de voto mas só depois daquilo que os democratas designam de ‘triagem’.

A China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1200 pessoas, que seria capaz de escolher o seu líder em 2017.

Após os incidentes da madrugada de sábado, o movimento ‘Occupy Central’ declarou o início antecipado da campanha de desobediência civil.