Foram divulgados milhares de documentos confidenciais que envolvem a tentativa “desesperada” de defender Bill Clinton no caso contra Monica Lewinsky, revela o The Telegraph. As 10 mil páginas que continham dados sobre o caso vieram a público na sexta-feira à noite, vindos da Biblioteca Presidencial de Clinton, e colocaram novamente os holofotes sobre o passado de Hillary Clinton.

Entre os documentos, estavam mais de 200 páginas de emails e notas sobre Monica Lewinsky, a estagiária que teve relações sexuais com Bill Clinton, e que levou o ex-Presidente norte-americano a mentir sobre o caso.

Nos documentos, denota-se uma “sensação de pânico” entre os assessores de imprensa a propósito da notícia de 21 de janeiro de 1998, dia em que o Washington Post denunciou o caso de 18 meses de Lewinsky com o ex-presidente norte-americano. Bill Clinton negou as acusações durante os seis meses.

Num dos documentos, um dos assessores revela que se as alegações forem verdadeiras, estavam perante um “colapso de julgamento”, referindo-se ao Presidente dos Estados Unidos da América (EUA). Contudo, também é claro no email de que havia esperanças de que os relatórios estivessem errados e especulava-se que o “tiro podia sair pela culatra” a Ken Starr, o promotor especial que “perseguia incansavelmente” a família Clinton, escreve o The Telegraph.

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Nalguns email anteriores ao rebentar do escândalo, também é evidente a “natureza relativamente mundana” das tarefas de Lewinsky. Numa nota assinada pela estagiária, de março de 1996, consta um pedido oficial para pendurar a imagem do Presidente Clinton a assinar a Telecom Bill no seu escritório.

No mês seguinte, quando a relação com o ex-presidente ia a meio, Lewinsky é novamente assunto entre os assessores, que revelam que querem ter a “certeza de que ela tem emprego numa agência”. Os funcionários da Casa Branca deixaram claro, na altura, que tinham procurado transferir Monica Lewinsky para o Pentágono, por causa da sua paixão por Clinton.

“O nosso objetivo é certificarmo-nos de que ela tem um emprego numa agência. Estamos a trabalhar para isso”, escreveu Patsy Thomasson, que na altura dirigia a equipa da Casa Branca, acrescentando que estavam em conversações com o Departamento da Defesa.

Nos documentos divulgados na sexta-feira, é evidente que a Casa Branca estava sobre “um imenso stress”. Os assessores também defendiam todos os que estavam próximos do Presidente, como a secretária pessoal Bettie Currie, que foi chamada a testemunhar em tribunal cinco vezes. “Pobre Betty, se alguma coisa aconteceu, ela não sabia nada sobre isso, definitivamente “, escreveu um estagiário.