A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou esta terça-feira que, caso não haja uma resposta cabal da comunidade internacional, serão registados entre cinco e dez mil novos casos de Ébola por semana na Libéria, Guiné-Conacri e Serra Leoa a partir de dezembro, conta o Huffington Post, citando a Associated Press. Bruce Aylward, o assistente do diretor-geral da OMS, numa conferência de imprensa em Genebra, na Suíça, informou ainda que a taxa mortalidade estacionou nos 70%, quando antes havia calculado que seria de 50%.

Até agora foram registados 8.914 casos de infeção do vírus, que resultaram em 4.447 mortes. A OMS anunciou que está ainda a isolar os doentes e a oferecer tratamento o mais cedo possível. O objetivo, esse, passa pela fórmula 70-70-60, que significa que a OMS deseja que 70% dos enterros sejam seguros e que 70% dos casos de Ébola sejam tratados de forma apropriada dentro de 60 dias. Este é, aliás, o prazo que o médico dá para que a resposta da comunidade internacional seja melhorada drasticamente. Ou então “muito mais pessoas vão morrer”.

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No último mês foram registados mil novos casos por semana — incluindo suspeitas, confirmações e casos prováveis. A meta é isolar 70% desses casos em apenas 60 dias. “Seria horrivelmente antiético dizermos que vamos apenas isolar pessoas”, reconheceu, informando que preveem entregar equipamento de proteção a famílias. Implementar clínicas, ainda que muito básicas, é outra das prioridades.

Os alarmes na Europa e Estados Unidos começaram a soar de outra forma quando começaram a ser registos casos de contágio nesses territórios. Em Espanha, uma enfermeira está infetada em Madrid. Em Berlim, um elemento do corpo médico das Nações Unidos morreu na segunda-feira, apesar dos esforços e acompanhamento médico “intensivo”. Foi o terceiro caso de Ébola a viajar de África para a Alemanha. O primeiro caso foi bem sucedido: o homem curou-se e regressou ao Senegal. O outro que resta, que chegou do Uganda, está em Frankfurt a receber tratamento.

Ontem, segunda-feira, foi anunciado pela ministra da Saúde do Canadá, Rona Ambrose, que será testada em humanos uma vacina experimental desenvolvida pelo Laboratório Nacional de Microbiologia, em Winnipeg. O fármaco chama-se VSV-EBOV e será administrado a 20 voluntários do Instituto de Investigação Walter Reed Army, nos Estados Unidos, para acertar e afinar a dose, decifrar a eficácia e compreender os efeitos secundários. Os primeiros resultados dos testes serão conhecidos em dezembro. A OMS até já tem mil doses desta vacina, mas ainda não saíram de Winnipeg. Todavia, a Organização Mundial de Saúde ainda não decidiu se vai usá-las ou não.

Em Portugal houve também um caso suspeito. Aconteceu domingo, dia 12, quando uma mulher foi pelo próprio pé até ao Hospital de São João, no Porto. Mas esse não é o protocolo. Francisco George, o diretor-geral de saúde, explicou recentemente que o correto é ligar primeiro para a linha Saúde 24 — 808242424. Veja aqui o que deve fazer caso suspeite que sofre os sintomas do vírus.