A Procuradoria-Geral da República nega que as buscas levadas a cabo por inspetores da PJ da Unidade Nacional Contra a Corrupção estejam relacionadas com o “universo BES”. Vários jornais dizem que a investigação tem como alvo o general angolano Bento dos Santos.

“Estão a decorrer buscas no âmbito de investigações do DCIAP. Estas investigações não estão relacionadas com o denominado ‘universo Espírito Santo'”, referiu fonte oficial da procuradoria. Por “universo” entende-se que as buscas em causa não envolvem o banco, nem as empresas relacionadas com o grupo.

O jornal Expresso avança que as buscas decorrem em locais relacionados com o general Bento dos Santos “Kangamba”, sobrinho por afinidade do Presidente Eduardo dos Santos e suspeito de corrupção. Em causa, suspeitas de branqueamento de capitais. Bento dos Santos foi investigado no Brasil por suspeita de tráfico de mulheres para Angola mas acabou por ser ilibado.

O Jornal de Negócios faz um breve perfil do general: empresário angolano de 49 anos, membro do comité central do MPLA. Interessa-se pelo mundo do futebol e fundou em 1994 o clube angolano Kabuscorp do Palanca em Luanda. Em 2013 tornou-se patrocinador do Vitória de Guimarães em Portugal.

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Inspetores da Polícia Judiciária (PJ) iniciaram esta quarta-feira uma série de buscas de norte a sul do país. O Diário de Notícias avançou que podiam estar relacionadas com um dos processos do Banco Espírito Santo (BES). O Correio da Manhã avançou, mesmo, que as buscas estavam a ser feitas a casas de empresários angolanos, no âmbito da investigação ao BES Angola (BESA). Informação ainda não confirmada pelo Ministério Público.

Há cerca de três semanas, também o Correio da Manhã noticiou que a Autoridade Tributária identificara 40 beneficiários de transferências do BES, entre os quais estariam o empresário e ex-diretor do BES, Álvaro Sobrinho, e o ex-presidente executivo da Escom, Hélder Bataglia. As transferências seriam realizadas para uma conta que o BESA detinha numa agência do Santander Totta, em Almada, e seriam depois reencaminhadas para os beneficiários. Fala-se em milhões e euros.

Os montantes saíram como empréstimos do BES em Lisboa para Luanda, Angola, e regressavam às contas portuguesas no banco Santander Totta onde eram reencaminhadas para os destinatários finais. As autoridades queriam perceber quais os rendimentos obtidos pelos 40 particulares entre 2007 e 2011.

(artigo atualizado e corrigido às 13h26)