O Governo dos Estados Unidos exigiu quarta-feira às autoridades de Hong Kong uma “investigação rápida, transparente e completa” sobre a alegada agressão de polícias a um manifestante durante os protestos pró-democracia na Região Administrativa Especial da China.

“Estamos profundamente preocupados pelas informações de que a polícia agrediu um manifestante em Hong Kong e apelamos às autoridades de Hong Kong para que faça uma investigação rápida, transparente e completa sobre o incidente”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, numa conferência de imprensa citada pelas agências internacionais.

A mesma responsável referiu que a tradição de Hong Kong no “respeito pela legalidade e liberdades fundamentais reconhecidas internacionalmente, incluindo a liberdade de reunião, é crucial para a reputação e para o êxito de Hong Kong como centro de comércio global”.

Seis agentes da polícia de Hong Kong terão, alegadamente, agredido um manifestante pró-democracia e membro do Partido Cívico Ken Tsang durante uma operação para desimpedir algumas zonas de protesto que paralisam parcialmente o centro do poder da antiga colónia britânica.

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Pouco depois das imagens terem sido divulgadas pela estação TVB, a força policial decidiu-se pela suspensão dos agentes e iniciar uma investigação independente, como foi anunciado pelo Secretário para a Segurança, Lai Tung-kwok.

Apesar da resposta imediata das autoridades, a população reagiu negativamente às imagens e reforçou a sua posição nas ruas da cidade a partir do final da tarde de quarta-feira tendo sido registadas várias escaramuças com as forças de segurança que utilizaram gás pimenta para afastar os manifestantes na Wo Lung Road, em Admiralty, o ‘coração’ dos protestos, noticiou a RYHK, a rádio e televisão pública de Hong Kong.

Também na praça Tamar, junto ao complexo que alberga os gabinetes do chefe do Executivo e dos Secretários do Governo, a polícia foi insultada pela população furiosa com as imagens de agressões de agentes a um manifestante indefeso e algemado.

Na Arsenal Street, o quartel-general da polícia em Wan Chai, centenas de pessoas concentraram-se à porta do complexo exigindo explicações de um oficial face às agressões, num protesto que ainda registou o início de uma ocupação, mas que acabou por ser impedido pela polícia.

Perante a situação em que estavam, os manifestantes organizaram-se para apresentar queixa com as autoridades iniciando um longo processo com os agentes a processarem, uma a uma, as queixas.

Em causa nas manifestações de Hong Kong está a decisão de Pequim de conceder à população da antiga colónia britânica a possibilidade de, em 2017, eleger diretamente o seu líder de Governo, num processo que, no entanto, estará limitado à escolha prévia dos candidatos por um comité eleitoral que Pequim acaba por controlar.

Os manifestantes não aceitam a posição política de Pequim e querem ser eles a escolher livremente o seu líder sem entraves nem escolhas prévias dos candidatos.