O responsável máximo pela região administrativa de Hong Kong afirmou este domingo que há “forças externas” envolvidas nos protestos pró-democracia, relata a BBC. As manifestações “não são inteiramente um movimento doméstico, uma vez que há forças externas envolvidas”, disse C.Y. Leung a um canal de televisão local, sem dizer, contudo, quem pensa serem os países que apoiam a democracia na região.

Os líderes do movimento pró-democracia, que há três semanas paralisam zonas inteiras de Hong Kong em luta por eleições livres e o fim da interferência da China na escolha dos líderes locais, negaram a acusação de Leung. “Isto é algo dos cidadãos, [é] puramente daqueles que vivem em Hong Kong, aqueles que se preocupam com Hong Kong, que se erguem contra o regime”, afirmou Jeffrey Hui, um dos protestantes.

Para a próxima terça-feira estão previstas novas negociações entre as autoridades oficiais de Hong Kong e os manifestantes, que desta vez serão emitidos em direto por televisões locais. As conversas vão focar-se na reforma constitucional, com ambas as partes a terem autorização para levar cinco representantes para o encontro.

“Precisamos de tempo para falar com as pessoas, particularmente os estudantes. O que eu quero é chegar a uma saída pacífica e significantes para este problema”, disse C.Y. Jeung na mesma entrevista, acrescentando ainda que as manifestações “estão fora de controlo mesmo para as pessoas que as começaram”.

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Protestos prosseguem apesar dos confrontos

Vinte pessoas ficaram feridas, na madrugada de sábado para domingo, em Hong Kong, na sequência de novos confrontos violentos entre a polícia e manifestantes, informaram as autoridades. Dezenas de polícias antimotim carregaram sobre um grupo de manifestantes em Mongkok, um dos principais locais ocupados pelos protestos.

Os agentes usaram bastões contra os manifestantes, com alguns a terem de ser retirados em macas, e outros a receberem tratamento no local por ferimentos na cabeça, fraturas e contusões, de acordo com fontes médicas.

Polícia e manifestantes têm versões diferentes relativamente às causas dos novos confrontos no bairro densamente povoado de Mongkok. As autoridades de Hong Kong garantiram, num comunicado emitido já este domingo, terem usado certa contenção quando os manifestantes “repentinamente tentaram forçar” os cordões policiais, usando a “força mínima para os dispersar”, “a fim de evitar que a situação degenerasse”, enquanto manifestantes afirmaram, à agência noticiosa francesa, nada ter feito para provocar os agentes.

Entre as 22h e as 6h (15h e as 23h de sábado, em Lisboa) 20 pessoas ficaram feridas nos protestos, informou o Governo de Hong Kong, sem especificar o número de manifestantes e/ou agentes, nem a gravidade dos ferimentos ou se tiveram lugar na zona de Mongkok.