O banco central dos EUA não agiu como devia no caso dos riscos assumidos pelo JPMorgan Chase, conhecido como “baleia de Londres”, que causaram perdas de 6,2 mil milhões de dólares (cerca de 4,9 mil milhões de dólares), deplorou o seu supervisor. O banco da Reserva Federal (Fed) em Nova Iorque “identificou de forma efetiva os riscos ligados às atividades de corretagem da CIO”, a divisão de investimentos do JPMorgan, escreveu o gabinete do Inspetor-Geral da Fed (OIG, na sigla em inglês).

O caso da “baleia”, que deve a sua designação às posições enormes e arriscadas assumidas por um operador francês do gabinete londrino do JPMorgan que correram mal, provocou ao banco perdas de corretagem de 6,2 mil milhões de dólares. O banco teve de pagar mil milhões de dólares de multa nos EUA para evitar um processo e a sua reputação de aluno exemplar de Wall Street sofreu um rude golpe.

O JPMorgan também teve de reconhecer a prática de “graves erros” neste caso e, em consequência, reduzir em metade o bónus do seu presidente, Jamie Dimon, que, no início do caso, tinha considerado que se tratava de “uma tempestade num copo de água”.

O regulador do JPMorgan, a Fed de Nova Iorque, tinha previsto em 2008 fazer uma análise das atividades em causa e agendou para 2010 um exame aprofundado às práticas de gestão e em particular ao apetite pelo risco, segundo o supervisor. Estas ações teriam podido evitar o desastre, acrescentou, mas a Fed não as discutiu com outro regulador das instituições financeiras, o OCC, para evitar duplicar gastos. “Foi uma oportunidade perdida”, que teria permitido mobilizar os recursos das agências federais de “maneira mais eficaz”, lamentou o OIG.

O supervisor reconheceu porém que se a Fed de Nova Iorque não foi ao fim da sua investigação foi devido a uma falta de recursos e a uma reorganização das equipas encarregadas da supervisão da banca. Estas mudanças conduziram “a uma perda importante de saber” das autoridades sobre o JPMorgan. O supervisor lamentou também que a Fed de Nova Iorque esteja dependente de alguns talentos. “Para nós, estas contingências ilustram a vulnerabilidade da Fed de Nova Iorque”, sublinhou.

A Fed de Nova Iorque foi criticada recentemente por se mostrar demasiado permissiva com os bancos que controla, designadamente o Goldman Sachs.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR