O Movimento Erradicar a Pobreza promove esta sexta-feira um desfile silencioso, entre o largo do Chiado e o Rossio, em Lisboa, para alertar para a necessidade de combater a pobreza, que constitui uma “violação os direitos humanos”.

A iniciativa, que começa às 17:30 com uma concentração no largo do Chiado, insere-se na semana “Pela erradicação da pobreza”, disse à agência Lusa Deolinda Machado, uma das coordenadoras do movimento.

“É preciso lembrar a pobreza todos os dias”, chamando a atenção para as suas causas, como as más condições de vida, a falta de recursos e o desemprego, a maioria de longa duração, adiantou a coordenadora.

Deolinda Machado lembrou os 60% dos desempregados que “vivem sem proteção social”, questionando: “Como é possível alguém viver com dignidade se não tem o mínimo para a sua subsistência e da sua família?”.

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“A pobreza viola os direitos humanos”, frisou, criticando as políticas que têm sido seguidas e que “são de empobrecimento do povo português”.

“Temos de combater esta pobreza” e, para isso, “há que dar as mãos”, disse Deolinda Machado.

Segundo a coordenadora do movimento, o percurso entre o largo do Chiado e o Rossio vai ser silencioso, “porque o silêncio também fala”.

“É para que fale no coração de cada um de nós, no sentir de cada um de nós, que temos de atuar como cidadãos, porque esta pobreza atinge já muitas crianças que estão sem comer”, sublinhou.

Deolinda Machado disse que os números apontam para 120 mil crianças a passarem fome, mas o movimento estima que “sejam mais”.

“Ainda que seja uma criança a passar fome, temos de lutar para que não viva assim nesta miséria”, defendeu.

No cartaz promotor do desfile, o movimento recorda alguns números que refletem a pobreza em Portugal: “As refeições nas cantinas sociais aumentaram 33% desde 2012”, “o indicador de risco de pobreza subiu para o valor mais alto desde 2005” e “aproximadamente 2,3 milhões de portugueses continuam sem conseguir pagar, ou com muitas dificuldades, as despesas básicas”.

O Movimento pela Erradicação da Pobreza é composto por 156 pessoas de áreas como o ensino, instituições particulares de solidariedade social, saúde, economia, ativistas sociais e religiosos, entre outros.