Está a pensar investir no longo prazo, mas não se sente confortável com os mercados acionistas ou com os fundos com uma importante componente em ações? Pense duas vezes: a rendibilidade alcançada pelas ações pode fazer diferença no longo prazo.
Os depósitos a prazo dificilmente são a solução para quem quer aplicar por muitos anos, apesar de o Governo planear reduzir a tributação dos depósitos que durem mais de cinco anos. Os Certificados de Aforro também não são a melhor opção, porque os concorrentes Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) são mais interessantes. Tal como os Certificados de Aforro, os CTPM podem ser subscritos em algumas estações dos CTT e através do AforroNet, mas a duração máxima da aplicação é de cinco anos e não de dez anos. No entanto, a rendibilidade anual líquida dos CTPM é de 3%, pelo menos.
Quem quer investir por mais de cinco anos com a garantia do Estado português tem de adquirir Obrigações do Tesouro através do seu intermediário financeiro. Contudo, para conseguir uma taxa anual líquida superior a 3% tem de estender o prazo até 2037. Naturalmente, pode vender as obrigações antes da maturidade, mas a rendibilidade só é garantida no vencimento.
Os seguros de capitalização, que já têm uma tributação reduzida para quem investe no longo prazo, poderiam ser uma alternativa viável, mas a maioria tem comissões demasiado elevadas ou o rendimento é baixo. O Postal Valor Crescente VI, um dos últimos a ser lançado no mercado, não tem comissões, mas a rendibilidade anual líquida é inferior a 2% no final dos oito anos e um dia de duração do produto.
Os fundos de investimento em obrigações são provavelmente a escolha mais racional: são produtos diversificados (incluem muitos títulos na carteira), podem ser escolhidos consoante o seu risco e tendem a ser baratos. O Credit Suisse BF Corporate Short Duration é, entre os preferidos pelos analistas da Morningstar, um dos que tem uma taxa global de custos mais baixa. Investe em obrigações de empresas com vencimentos médios a três anos. Rendeu 3,9% por ano na última década, segundo a Morningstar.
Note, no entanto, que, ao contrário dos depósitos a prazo, dos Certificados de Aforro, dos CTPM e da maioria dos seguros de capitalização, não há garantia de capital nos fundos de obrigações.