O PS afirmou neste sábado que o primeiro-ministro “está enganado” quando acusa os socialistas de terem participado numa “relação muito pouco transparente” com a PT e o BES, acusando Passos Coelho de ter uma “incapacidade de ação total”. Durante um jantar com militantes do PSD, na sexta-feira, em Lisboa, Pedro Passos Coelho reclamou ter posto fim a uma cultura política de favorecimento do Estado a “grupos de influências” e desafiou indiretamente o candidato do PS a primeiro-ministro, António Costa, a falar destas matérias e a revelar qual era a sua solução para o Banco Espírito Santo (BES).

Contactado pela Lusa, o socialista Vieira da Silva afirmou que “o senhor primeiro-ministro está enganado”, acusando-o de “utilizar o passado como arma de arremesso contra o PS” quando está “em dificuldades”, referindo-se à crise que “atravessou fortemente” o sistema financeiro português, como foi “a crise no BES, que atinge uma das maiores empresas portuguesas como é a Portugal Telecom [PT]”.

Vieira da Silva lamentou que o primeiro-ministro esteja a “refugiar-se no passado”.

O vice-líder parlamentar do PS acusou ainda o atual Governo de ter tido “uma incapacidade de ação total” face a estes problemas, considerando que se trata de “mais um artifício, mais uma habilidade política que se destina única e simplesmente a fugir às responsabilidades que o Governo tem de ser uma parte ativa na defesa dos interesses nacionais perante crises tão sérias”.

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Vieira da Silva lamentou que o primeiro-ministro esteja a “refugiar-se no passado (…) quando deveria preocupar-se em dar contributos para a melhoria da situação do país e para a resposta de problemas tão sérios como os que atingiram o sistema financeiro e empresas que eram empresas de referência no universo empresarial português”.

Primeiro-ministro e presidente do PSD disse que hoje “sabe-se que a PT funcionava como tesouraria do Grupo Espírito Santo”.

O primeiro-ministro e presidente do PSD disse também que hoje “sabe-se que a PT funcionava como tesouraria do Grupo Espírito Santo (GES)”, considerando que se impõe falar sobre isso. “Aqueles que se indignam com o Governo por não salvar a PT – leia-se, não nacionalizar a PT, não assumir as perdas que foram provocadas por má gestão – o que é que dizem desse tempo em Portugal em que havia essa relação muito pouco transparente entre o poder do Governo, uma grande empresa privada que tinha também capitais públicos, e um banco privado que era dado como sendo o banco do regime?”, perguntou Passos Coelho.

Em seguida, falou para os socialistas: “O que têm a dizer hoje todos aqueles que estão na primeira linha do PS a sonhar com o regresso a um tempo em que foram poder e, não apenas consentiram, como alinharam com estes comportamentos que hoje são dados como lesivos do prestígio do país?”.