O Tesouro português obteve a totalidade dos 1.000 milhões de euros pretendidos na emissão de dívida pública realizada esta quarta-feira. Os títulos emitidos foram de curto prazo, a 3 e 12 meses, e em ambos os casos os bilhetes do Tesouro foram colocados a um preço que pressupõe uma rendibilidade mais elevada do que na operação comparável anterior.

O Estado emitiu 800 milhões de euros a 12 meses, a uma taxa média de 0,32% que compara com os 0,225% pagos no leilão feito há cerca de dois meses. Além disso, foram também colocados 200 milhões de euros a três meses, com a taxa a subir para 0,156%, contra os 0,11% numa emissão feita em outubro. A informação é prestada em comunicado pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), liderada por Cristina Casalinho.

A par da subida dos juros, a procura diminuiu face às emissões anteriores. Na linha a um ano a procura superou em 1,6 vezes o montante colocado (1.273 milhões face aos 800 milhões colocados). “Apesar do abrandamento da procura e da maior exigência de rendimento dos investidores, Portugal conseguiu captar mil milhões de euros, o montante máximo previsto para esta operação”, afirma Steven Santos, gestor da corretora XTB Portugal.

“Depois da emissão obrigacionista bem-sucedida da semana passada, Portugal sofreu hoje um ligeiro revés, vendendo bilhetes do Tesouro em que os juros médios se agravaram e a procura diminuiu”, diz o especialista, assinalando, “no entanto, que o agravamento dos juros exigidos segue a tendência doutros países periféricos, como Itália”.

Apesar da subida dos juros, é de assinalar que no início deste ano de 2014, o Estado português pagava quase 0,9% para se financiar a 12 meses e 0,5% para emitir dívida a três meses. As descidas da taxa de juro por parte do Banco Central Europeu, além de outras decisões de política monetária, têm tornado mais barato o financiamento para o Estado português e para os outros países da zona euro.

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