PSD pediu para ouvir o governador do Banco de Portugal por haver “duas versões contraditórias” sobre a não retirada da idoneidade a Ricardo Salgado, mas tanto PS como PCP acusam o governador da instituição de “faltar à verdade”.
Pedro Nuno Santos, coordenador do grupo parlamentar do PS na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, disse que a administração do BES, nomeadamente Ricardo Salgado, não foi substituída “porque o Banco de Portugal não quis. O deputado socialista disse que o governador faltou à verdade perante esta comissão quando na semana passada disse que não retirou o estatuto a Salgado devido a pareceres jurídicos que o desaconselhavam a fazê-lo.
As declarações do PS acontecem depois de ser conhecido o conteúdo de um desses pareceres, já que o seu autor, Pedro Maia, enviou uma carta à comissão em que diz que perante os factos conhecidos posteriormente ao seu parecer, havia razões para o Banco de Portugal exercer a sua autoridade e retirar a idoneidade a Salgado. O conteúdo desta carta foi divulgado pelo jornal Expresso na terça-feira.
Também o PCP se manifestou sobre esta carta dizendo que Banco de Portugal “tinha há muito tempo elementos” para retirar o estatuto ao banqueiro, levando o deputado Miguel Tiago, que é o coordenador comunista desta comissão a questionar se foram “exercidas pressões pelo poder político”.