O cantor angolano Bonga considerou “um golo para Angola” o reconhecimento da sua carreira pelo Governo francês com a atribuição das insígnias de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras de França. O artista sublinhou com satisfação que na França é chamado por “monsieur Bonga, le compositor-interprete” e lamentou que em outros países, que não citou, ainda é tratado “com um certo preconceito” de forma pejorativa de “o animador, o folclorista”.

No seu discurso de agradecimento, o cantor, com mais de 40 anos de carreira a maior parte dela passada em Portugal, agradeceu às autoridades francesas pelo reconhecimento e lamentou que do Governo português ainda não tenha merecido a mesma atenção. “Eu quero dizer que vivendo em Portugal, sem desprimor para com certos portugueses com quem convivemos, é normal, mas foi a França que abriu a porta”, manifestou o cantor.

“O meu agradecimento às autoridades francesas, na pessoa do senhor embaixador. Quero dizer que vou continuar a divulgar com coerência, com força, a música daqui, a nossa terra. Cada vez que faço um espetáculo é mais um golo para Angola e vocês têm consciência disso, devido à cumplicidade que existe”, acrescentou.

Autor e intérprete de música tradicional angolana, Bonga atingiu o topo da carreira internacional na década de 1980, e tornou-se no primeiro artista africano a atuar a solo, em dois dias consecutivos, no Coliseu dos Recreios. O seu repertório musical inclui mais de 40 discos, cerca de 400 obras musicais, que inspiraram a compilação de poemas e foi banda sonora de vários filmes.

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