A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução de apoio à “normalização” das relações bilaterais entre os EUA e Cuba, após divergências na negociação do texto motivadas por países como a Venezuela que pediram para incluir o “bloqueio” económico.
A resolução foi aprovada na segunda-feira, por unanimidade.
Em conflito há mais de meio século, Estados Unidos e Cuba iniciaram, a 17 de dezembro, uma aproximação histórica, com a libertação do norte-americano Alan Gross, detido há cinco anos em Havana, e os primeiros passos para o restabelecimento de relações diplomáticas.
Após horas de debate à porta fechada, os representantes dos estados-membros da OEA acordaram uma fórmula que não inclui a menção ao embargo norte-americano à ilha.
Apesar de todos os países concordarem em assinalar a aproximação como um feito “histórico”, a divergência deveu-se a uma menção ao fim do “bloqueio” económico desde 1962, proposta pela Bolívia e apoiada pela Nicarágua, Venezuela, Equador e El Salvador, mas que não reuniu votos suficientes para ser aprovada.
O texto final manifesta a “profunda satisfação” da OEA pela decisão anunciada, “reitera o compromisso das Américas com o diálogo entre Estados soberanos e expressa o seu apoio à implementação das medidas a favor da completa normalização das relações bilaterais”.
A Bolívia, Venezuela e Nicarágua juntaram-se à votação por unanimidade, mas indicaram que incluiriam notas de rodapé na declaração nas quais refletem a sua posição.
A Venezuela também tinha pedido a substituição no texto da palavra “normalização” por “restabelecimento” das relações por entender que “não se pode falar de normalização de relações até ao levantamento do bloqueio contra Cuba”, uma proposta que também não foi aprovada.