As ações da PT SGPS voltaram à negociação esta terça-feira e, logo nos primeiros minutos, fixaram um novo mínimo histórico nos 62,9 cêntimos. Os títulos chegaram a cair 12,27%, um dia depois de os acionistas reunidos na assembleia-geral de segunda-feira terem adiado por 10 dias a votação da venda da PT Portugal (pela Oi) aos franceses da Altice.
Pelas 9h30, a PT SGPS caía 7,95% para 66 cêntimos por ação na bolsa de Lisboa. A negociação das ações esteve suspensa na sexta-feira e na segunda-feira, com a CMVM a exigir a divulgação de mais informação ao mercado sobre as implicações da venda da PT Portugal à Altice. A suspensão foi levantada pelo regulador do mercado, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), com a promessa de que nos próximos dias o mercado terá acesso a mais informação.
Rafael Mora, vice-presidente da Ongoing, esclareceu segunda-feira que a documentação enviada já à CMVM inclui os quatro pareceres jurídicos pedidos pela PT SGPS sobre o negócio. Há pareceres contra a venda da PT Portugal, mas também há a favor, sublinhou. Mora revelou ainda que a PT estudou quais seriam as consequências da reversão da fusão com Oi e que essa informação será também dada aos acionistas.
A assembleia geral da PT SGPS foi suspensa até dia 22 de janeiro, por proposta apresentada pelos acionistas de referência da PT, o Novo Banco, Ongoing, Telemar (Oi), Visabeira e Controlinveste. A suspensão por dez dias foi aprovada por 90% dos votos.
A suspensão da assembleia até dia 22 tem em linha de conta o calendário da própria Oi. O objetivo é clarificar a venda da PT Portugal até à assembleia de obrigacionistas da empresa brasileira que se reúne no dia 26 de janeiro. A operadora brasileira, que propõe a venda da PT Portugal à Altice por 7400 milhões de euros, não votou nesta assembleia, nem poderá participar na votação decisiva marcada agora para dia 22 às 15 horas.