A ASAE esclareceu nesta terça-feira que os sulfitos detetados em carne de vaca picada a granel vendida em talhos avaliados num estudo da Deco “podem ser utilizados”, uma vez que se tratam de aditivos alimentares aprovados como conservantes.

A associação de defesa do consumidor (Deco) divulgou nesta terça-feira um estudo que analisou amostras de carne picada vendida em 26 talhos de rua, de mercados e de hipermercados, tendo chumbado todos na conservação, higiene e temperatura de venda da carne de vaca picada a granel, com 23 a adicionarem ao preparado sulfitos, aditivos proibidos por lei.

Questionada pela Lusa sobre este estudo, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica afirmou que as metodologias implementadas nas amostras recolhidas “carecem de informação clara e científica, informação relativamente ao método de colheita de amostras utilizado, método de ensaio analítico (se está ou não acreditado)”. Para a ASAE, “a amostragem realizada (0,4% do total de estabelecimentos de comércio a retalho de carne e produtos à base de carne, em estabelecimentos especializados) é claramente insuficiente, tendo em consideração o universo em causa”.

Esta amostra condiciona “as conclusões divulgadas, uma vez que não são respeitadas as mais básicas normas de representatividade das amostras, não sendo ainda declarados quais os limites de aceitabilidade utilizados no estudo, bem como a base científica que fundamente esses mesmos valores”, acrescenta. No que se refere à questão suscitada no estudo da Deco de irregularidades ao nível dos limites de sulfitos detetados, a ASAE esclarece que “se trata de aditivos alimentares aprovados como conservantes que podem ser utilizados”.

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Em 2014, a ASAE fiscalizou, em média, por dia, dois estabelecimentos de comércio a retalho de carne e produtos à base de carne, em estabelecimentos especializados, num total de 676 , correspondendo a cerca de 11% do total de estabelecimentos existentes,.

Como resultado das ações de fiscalização realizadas a talhos de rua, de mercado e inseridos em hiper e supermercados, foram instaurados 21 processos-crime e 152 processos de contraordenação, referem os dados avançados à Lusa.

Segundo a ASAE, as principais infrações detetadas nas ações de fiscalização foram o incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, a falta ou inexatidão de rotulagem, a distribuição, preparação e venda de carnes e seus produtos com desrespeito das normas higiénicas e técnicas aplicáveis e a deficiência das indicações na rotulagem da carne de bovino.

Na sequência destas ações, foi apreendido carne e produtos cárneos diversos no valor que ascende aos 660 mil euros. Relativamente a carne picada, foram apreendidos apenas 70 quilos no valor de cerca de 325 euros.