Pelo menos 29 imigrantes morreram de hipotermia durante uma missão de resgate levada a cabo pela guarda costeira italiana ao largo da Líbia, refere o The Guardian. A informação foi transmitida ao jornal britânico pelo oficial de saúde da ilha italiana de Lampedusa.
A missão, que teve início no domingo, tinha como objetivo resgatar cerca de 105 imigrantes que navegavam à deriva no Mar Mediterrânico, perto da costa líbia. O resgate, levado a cabo pelas autoridades italianas, foi feito em pequenos barcos de patrulha e sob condições extremas, com ondas que chegavam aos oito metros de altura e temperaturas abaixo de zero.
Depois de resgatados, os imigrantes foram transportados para Lampedusa, de onde os pequenos barcos de patrulhamento tinham sido enviados. Devido às más condições climatéricas, os imigrantes foram obrigados a passar cerca de 18 horas no convés ao frio. Pelo menos 29 morreram de hipotermia durante a viagem, referiu a residente da câmara de Lampedusa, Giusi Nicolini, acrescentado que o número de vítimas pode ainda aumentar. Um dos barcos ainda não conseguiu chegar ao porto.
Para Nicolini, a tragédia nunca teria acontecido se a missão de salvamento e busca italiana, Mare Nostrum, não tivesse sido cancelada. Na região, não existem atualmente navios de patrulha que sejam capazes de manter um grande número de imigrantes protegidos debaixo do convés. “A Mare Nostrum era uma solução de emergência para crises humanitárias”, explicou ao The Guardian. “Fechá-la foi um passo para trás”.
Várias organizações de direitos humanos têm vindo a alertar para o perigo de fechar a Mare Nostrum, alertando que poderia por vidas em risco. “Os pequenos barcos de patrulha foram completamente engolidos pelas ondas durante o regresso. Se a Mare Nostrum ainda estivesse ativa, os imigrantes podiam ter-se abrigado debaixo do convés”, afirmou a presidente da câmara.