A obra “Acta Est Fabula — Memórias I — Lourenço Marques (1930-1947)”, de Eugénio Lisboa, foi distinguida com o Grande Prémio de Literatura Biográfica, da Associação Portuguesa de Escritores, que é hoje entregue em Castelo Branco. O júri, que escolheu a obra de Eugénio Lisboa “por unanimidade”, foi constituído por José Correia Tavares, que presidiu, António Cândido Franco, Isabel Cristina Rodrigues e Teresa Martins Marques, lê-se no comunicado da APE. O galardão, bienal, tem o valor pecuniário de 5.000 euros e é patrocinado pela Câmara Municipal de Castelo Branco.

A obra “Acta Est Fabula — Memórias I — Lourenço Marques (1930-1947)” foi publicada em 2012 pela Opera Omnia, editora com sede no Porto, e é o primeiro volume das memórias do ensaísta e crítico literário Eugénio Lisboa, nascido há 84 anos, em Lourenço Marques, atual Maputo, em Moçambique.

Licenciado em Engenharia Eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, Eugénio Lisboa foi adjunto do diretor mundial de exploração da Compagnie de Française des Pétroles, antes de lecionar Literatura Portuguesa, nas Universidades de Estocolmo e da antiga cidade de Lourenço Marques.

A APE realça que Eugénio Lisboa dirigiu, com o poeta Rui Knopfli, os “cadernos literários de jornais desafetos ao regime [de ditadura, anterior ao 25 de Abril de 1974], casos de A Tribuna e A Voz de Moçambique”. De 1978 a 1995 foi conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Londres e presidiu à Comissão Nacional da UNESCO, de 1996 a 1998. Ao longo da carreira, colaborou com vários órgãos de comunicação social, como os jornais Notícias da Beira, Diário de Moçambique, A Capital e Diário Popular, as revistas O Tempo e o Modo, Colóquio-Letras, Nova Renascença, Oceanos e Ler.

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Eugénio Lisboa é Doutor Honoris Causa pelas universidades de Nottingham, do Reino Unido (1988), e pela de Aveiro (2002). O Estado português condecorou-o com o grau Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Armando Vieira de Sá, John Land e Lapiro da Fonseca são pseudónimos usados por Eugénio Lisboa.

“O Segundo Modernismo em Portugal”, “José Régio — Uma Literatura Viva”, “Poesia Portuguesa — do ‘Orpheu’ ao Neorrealismo”, “As Vinte e Cinco Notas do Texto José Régio ou A Confissão Relutante”, “O Objeto Celebrado”, “Portugaliae Monumenta Frivola”, “O Essencial sobre José Régio” e “Indícios de Oiro” são algumas das obras de ensaio e poesia de Eugénio Lisboa.

O galardão é entregue numa cerimónia pública na biblioteca municipal de Castelo Branco.