As agências internacionais de ajuda humanitária descrevem as condições de Vanuatu como as mais desafiadoras que já enfrentaram, piores do que o cenário encontrado após o tufão devastador nas Filipinas, em 2013, noticia a AFP.

Voos de ajuda humanitária começaram a chegar à capital, Port Vila, depois do arquipélago ter sido fustigada, na sexta-feira, pelo ciclone Pam, com rajadas de vento de até 320 quilómetros por hora.

As equipas no terreno disseram, contudo, que não havia forma de distribuir os mantimentos para as 80 ilhas do arquipélago, advertindo que iria demorar dias até a ajuda chegar às aldeias remotas afetadas pela tempestade.

O diretor para o Vanuatu da organização Save the Children disse à AFP que os desafios logísticos eram ainda piores do que os do tufão Haiyan, que atingiu as Filipinas em novembro de 2013, matando mais de 7.350 pessoas e devastando uma área do tamanho de Portugal.

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“Eu estava presente na resposta ao Haiyan e posso afirmar com 100% de certeza que este é um problema logístico muito mais difícil”, afirmou.

“Os números são mais pequenos, mas a percentagem da população que foi afetada é muito maior”, acrescentou.

O porta-voz da Care International, Tom Perry, disse que voar para a capital, onde até 90% das casas foram danificadas, foi “surpreendente”.

As comunicações estavam interrompidas na maioria das ilhas na manhã de hoje, numa altura em que era aguardada a reabertura do aeroporto da capital, Port Vila, aos voos comerciais.

Aviões militares da Austrália, Nova Zelândia e França estavam a chegar ao país com alimentos, medicamentos, e mantimentos, incluindo geradores, juntamente com equipas de socorro e resgate.

“Quando se monta uma resposta, tem de se ser rápido para se ser capaz de salvar vidas imediatamente. Se não se for rápido vai haver uma perda significativa de vidas”, disse o responsável da Save the Children.

A ONU tinha relatórios não confirmados de que o ciclone causou a morte de 44 pessoas só numa província do país, e a Oxfam disse que a destruição em Port Vila era significativa.

Líderes mundiais, incluindo a Austrália, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e a União Europeia prometeram ajuda, enquanto a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que a organização estava pronta a ajudar.