O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) afirmou este sábado que a tragédia recente com o avião que se despenhou nos Alpes deve servir de reflexão às companhias aéreas e autoridades competentes para a necessidade de respeitarem os fatores humanos.

Em comunicado, o SPAC alerta para a necessidade das companhias aéreas e autoridades competentes “respeitarem adequadamente os fatores humanos, que são determinantes para a segurança de voo, e observarem de forma credível os preceitos que regulam as boas relações laborais”.

O Sindicato destaca ainda que a “tensão crescente” a que as tripulações têm sido sujeitas nos últimos anos devido a políticas de pressão laboral impostas pelas empresas podem “tendencialmente, conduzir a situações dramáticas, com impacto direto nas condições de segurança de pessoas e bens”.

Por isso, a direção do SPAC considera que “a existirem falhas neste caso trágico, as responsabilidades devem ser, em primeiro lugar, atribuídas às companhias aéreas e ao ineficaz dispositivo regulamentar”.

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O SPAC frisa ainda que a profissão de piloto é uma das mais escrutinadas e periodicamente verificadas e defende que nenhum piloto deve voar se não cumprir um exigente conjunto de requisitos técnicos, físicos e psicológicos, independentemente de eventuais considerações económico-financeiras das empresas.

A análise da gravação dos sons do ‘cockpit’ do avião da Germanwings que se despenhou nos Alpes franceses na terça-feira concluiu que o piloto se ausentou do ‘cockpit’, provavelmente para usar a casa de banho, e foi impedido de voltar a entrar pelo copiloto, que bloqueou a porta.

Nesse período, o copiloto acionou deliberadamente o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho.

O avião acabou por embater numa montanha, matando todas os 144 passageiros e seis tripulantes a bordo.