Os primeiros resultados da eleição presidencial na Nigéria deverão ser divulgados na segunda-feira, anunciou neste domingo o presidente da comissão eleitoral. “Esperamos poder anunciar [os resultados] dentro de 48 horas [a seguir ao encerramento das mesas de voto no sábado], e mesmo antes”, declarou o presidente da Comissão Eleitoral Independente, Attahiru Jega.

Atrasos na entrega do material eleitoral e problemas técnicos ligados ao uso, pela primeira vez, de leitores de cartões eleitorais biométricos, levaram a comissão eleitoral a suspender, no sábado, o escrutínio em determinadas mesas de voto, para o retomar no domingo. Segundo Attahiru Jegal, os incidentes afetaram 348 mesas de voto, incluindo 90 em Lagos, capital económica do país. Apesar deste percalço, o apuramento dos votos já começou nos locais onde não foi registado qualquer problema ou onde as urnas encerraram.

O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, aspira a um segundo mandato, tendo como principal adversário o militar na reserva Muhammadu Buhari, que se candidata às presidenciais pela quarta vez, embora beneficiando, este ano, do apoio de uma oposição mais unida.

O presidente da Comissão Eleitoral Independente adiantou que recebeu acusações de fraude eleitoral em certos locais, incluindo a presença de menores nas mesas de voto, e confirmou ter recebido uma queixa do partido Congresso Progressista, de Muhammadu Buhari, que exige uma nova eleição no estado de Rivers.

Attahiru Jega prometeu, durante uma conferência de imprensa, que irá examinar todas as queixas, visando um escrutínio “livre, justo e credível”, e pediu aos nigerianos para que aguardem os resultados com calma. Em 2011, cerca de mil pessoas foram mortas após o anúncio dos resultados eleitorais. As eleições presidenciais de sábado decorreram sob clima de violência.

No sábado, pelo menos sete pessoas morreram em ataques a mesas de voto no norte e, na sexta-feira, outras 23 foram decapitadas em Buratai, no nordeste. A suspeita de tais atos recai sobre o grupo extremista islâmico Boko Haram.

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