Alberto João Jardim não vai assumir o mandato de deputado à Assembleia da República, apurou o Observador. Ao fim de 37 anos como presidente do Governo Regional da Madeira, o social-democrata já tomou a decisão e informou algumas pessoas mais próximas de que não pretende tomar posse em Lisboa no cargo para o qual fora eleito em abril de 2011 e que estava suspenso pelo facto de ser também presidente do Governo Regional.

O histórico político madeirense tinha vindo a afirmar que poderia ir para Lisboa, depois de ficar livre das funções Executivas no Funchal. “Pode-se colocar. Eu estou eleito tanto para a Assembleia Legislativa da Madeira como para a Assembleia da República”, recordava no final do ano passado. Depois, em entrevista à RTP, sublinhava a disponibilidade, nomeadamente, para dar voz aos interesses da Madeira e defender o projeto de revisão constitucional do PSD regional que tem sido travado pelo partido a nível nacional.

Segundo soube o Observador, Jardim concluiu que a margem para intervir no Parlamento nacional era muito pouca e que não queria ficar numa posição “subalternizada” no PSD ou ser visto como um mero instigador de incidentes internos.

A 27 de janeiro, no final de uma audiência com o Presidente da República, já declarava sobre o lugar de deputado: “Ainda não sei. Tenho que fazer contas à vida, porque na política não se enriquece ou pelo menos não se devia enriquecer, e ter duas casas não é fácil. Tenho que ver quais são as condições, embora o dever de Estado não deve olhar a meios, mas também não devemos entrar em situações que não conhecemos”.

Não assumindo o lugar de deputado, Jardim deverá agora renunciar ao mandato.

 

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