Israel será responsável pela morte de um militar espanhol das Nações Unidas durante a guerra do Líbano, de acordo com um relatório militar confidencial espanhol, noticiado este domingo pelo El País.

Citando partes do relatório, o jornal espanhol usa testemunhos de soldados que dizem que o ataque a míssil de um posto das Nações Unidas onde estava o soldado espanhol Javier Soria Toledo, de 36 anos, foi intencional.

O ataque terá sido feito nas zonas na fronteira com o Líbano, onde dias antes desse incidente a 28 de janeiro tinha sido alvo de um ataque do Hezbollah que provocou a morte a dois soldados israelitas.

“Eles [Exército israelita] corrigiam sempre a trajetória do Majidiye para o [posto] 4-28”, onde estavam os soldados das Nações Unidas, disse um dos soldados destacados nesse posto.

Outro soldado espanhol, Julio Xavier Garcia, disse que os primeiros disparos caíram a cerca de 500 metros a norte do posto, mas depois a “corrigiram a trajetória em direção à posição” onde estava o posto.

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O bombardeamento acabou por atingir a torre principal de vigia, onde estava o soldado.

O relatório dirá ainda, segundo o El País, que Israel avisou os soldados da ONU para não saírem do posto por volta das 11h40, sem dar qualquer explicação. Entre as 11h48 da manhã, e as 13h43, a área foi bombardeada com mais de 200 projeteis, entre os quais morteiros, diz o mesmo documento.

As Nações unidas tinham uma força no Líbano com 10 mil homens, de 35 países, dos quais 600 eram espanhóis.