A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) tem até ao início da 30.ª jornada dos campeonatos profissionais, a 26 de abril, para assegurar que pagará os 350 mil euros que os árbitros reivindicam, devido a direitos de imagem e publicidade relativos a esta época. O que está em causa, apurou o Observador, não é os homens do apito receberem já o dinheiro, mas sim obterem, da parte da liga, uma garantia de que a situação será resolvida mais tarde.

Um grupo de 83 árbitros enviou, esta terça-feira, um email ao Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) com um pedido de dispensa para as últimas cinco jornadas da primeira e segunda ligas. Até às 19 horas, a entidade presidida por Luís Duque ainda não tinha enviado qualquer resposta à Associação Portuguesa de Árbitros Profissionais (APAF).

Ao todo, segundo fonte do CA ouvida pelo Observador, o pedido foi subscrito por 22 dos 23 árbitros de categoria C1 (liga), além de 49 dos 50 árbitros assistentes e também por todos os 12 árbitros estagiários do nível C2N3, que só apitam encontros da segunda liga. Entre os oficiais da primeira categoria, apenas Olegário Benquerença não integra o grupo.

Para 26 de abril está agendado o Benfica-FC Porto que, caso a classificação, até lá, se mantenha como está — equipas empatadas na diferença de golos e com os dragões a três pontos dos encarnados, que lideram o campeonato –, será decisivo na luta pelo título. Caso o boicote se concretize, terá de ser o Conselho de Arbitragem da federação a encontrar uma solução, que poderá passar por Olegário Benquerença ou pela nomeação de um árbitro das divisões distritais para apitar o encontro.

Contactado pelo Observador, o presidente da APAF, José Fontelas Gomes, apenas disse que a divergência entre os árbitros e a Liga de Clubes “não é uma questão de dinheiro”, mas antes de “um acordo que está firmado há mais de 10 anos”. O dirigente, aliás, sublinhou que os árbitros “não querem” que o boicote “vá em frente”, embora tenha indicado que “o grupo foi obrigado a tomar esta decisão”.

A Liga do Clubes informou o Observador que, para já, não ia reagir oficialmente ao pedido de dispensa enviado pelos árbitros e aos 350 mil euros que, alegadamente, a entidade lhes deve.

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