O secretário-geral do PS, António Costa, advertiu esta quarta-feira que o Governo que sair das próximas eleições não pode ficar dependente da vontade do Presidente da República, nem de jogos partidários, defendendo o caráter soberano do voto popular.
António Costa falava no Fórum Lisboa, numa sessão política com militantes e simpatizantes, num discurso em que classificou como decisivo este mês de abril em termos de mobilização para as eleições legislativas de setembro ou outubro.
“Não podemos deixar nem aos jogos partidários, nem à vontade do Presidente da República a escolha do novo Governo. No país de abril quem vota e quem escolhe os governos é o povo – e vai ser o povo a escolher o próximo Governo”, declarou o líder socialista, recebendo uma prolongada salva de palmas.
Antes de Costa, o dirigente socialista e novo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, acusou o Governo de ter deixado no tecido social português “uma ferida aberta, a sangrar”, com o crescimento do desemprego e da emigração.
Fernando Medina, também membro do Secretariado Nacional do PS, falava antes da intervenção final do líder socialista, António Costa, durante uma sessão com militantes e simpatizantes da Federação da Área Urbana de Lisboa FAUL) em que defendeu que o país “está pior” do que quando iniciou há quatro o Programa de Assistência Económica e Financeiro (PAEF).
“Temos mais dívida e mais desemprego e temos um país que perdeu capacidade de crescimento. Destruímos e perdemos capacidade produtiva, mas, ainda pior, no tecido social abriu-se uma ferida que ainda está aberta e a sangrar, com o desemprego e a emigração”, sustentou o dirigente socialista.
No discurso, que antecedeu o do presidente novo Câmara de Lisboa, o líder da FAUL do PS, Marcos Perestrello, apelou à maioria absoluta dos socialistas nas próximas eleições legislativas, “para que a decisão do futuro Governo não fique nas mãos do Presidente da República”, Cavaco Silva.
“Por várias vezes, o Presidente da República já demonstrou que pretende a continuidade desta política de direita”, defendeu Marcos Perestrello, também vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Perante militantes e simpatizantes da sua federação, Marcos Perestrello considerou que António Costa “tem feito um esfoço decisivo” desde que venceu as eleições primárias socialistas “em nome da unidade do partido, dos militantes e simpatizantes para que juntos travem nas próximas eleições a batalha em nome da mudança que o país precisa”.
“Essa unidade, pela qual António Costa tem batalhado, tem de ser correspondida por todos, independentemente da posição de cada um”, disse, antes de elogiar “a responsabilidade” inerente ao processo de transição na presidência da Câmara Municipal de Lisboa.
Sentado na primeira fila, o recém-empossado presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, recebeu uma prolongada salva de palmas dos militantes e simpatizantes socialistas logo na abertura da sessão, depois de o seu nome ter sido mencionado na primeira intervenção da noite, a cargo do líder da concelhia do PS/Lisboa, Duarte Cordeiro.
“Esta foi uma semana emotiva, com o secretário-geral, António Costa, a tomar uma decisão importante, colocando o país em primeiro lugar, rumo à mudança que Portugal precisa”, declarou Duarte Cordeiro, numa referência à decisão de Costa de renunciar ao seu mandato de presidente da Câmara de Lisboa.
Falando antes do líder da JS/Lisboa, Diogo Leão, e da presidente das Mulheres Socialistas da Área Urbana de Lisboa, Susana Amador, Duarte Cordeiro apelou à mobilização dos militantes e simpatizantes do PS, alegando que abril “é o mês de arranque para a vitória nas próximas eleições legislativas”.