“A Grécia é parte do euro, a Grécia ficará” na zona euro, acredita Carlos Moedas, Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação. “Penso que essa é a visão que todos temos de ter”, afirma o responsável, que está esta sexta-feira em Lisboa para uma conferência do Ministério das Finanças sobre políticas públicas.

Carlos Moedas abanou a cabeça, de cima para baixo, enquanto um outro convidado do painel, o espanhol Guillermo de la Dehesa, dizia que deixar a Grécia sair da zona euro seria um risco “muito perigoso”. Mas, questionado pelo Observador à margem da conferência, Carlos Moedas diz que “o meu abanar de cabeça é um abanar de cabeça de solidariedade com o povo grego”.

“Eu penso que a Europa está unida e que os países estão unidos”, diz Carlos Moedas, acrescentando que “essa união é muito importante para o nosso futuro”. “Não é, como eu diria, bom especular” sobre “cenários”, porque não existe “cenário algum”, diz o Comissário Europeu.

Europa pode resolver “barreiras”

Carlos Moedas foi um dos painelistas numa conferência sobre governação e políticas públicas para o crescimento, organizada esta sexta-feira pelo Ministério das Finanças, em Lisboa. Na sua apresentação, Carlos Moedas focou-se nas dificuldades que algumas empresas europeias, sobretudo empresas recentes, de pequena dimensão e com elevado potencial de crescimento, enfrentam nas suas operações num mercado algo fragmentado como é o europeu, em que existe muitas vezes obstáculos burocráticos e legais que são diferentes entre os vários países europeu.

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O problema da fragmentação é um “problema que a Europa pode resolver”, disse Moedas à margem da conferência. “Aquilo que acontece hoje é que as empresas, no mundo digital de hoje, elas precisam de crescer a uma grande velocidade e a uma grande escala. E isso é mais fácil nos EUA, porque não há barreiras entre os países”, notou Carlos Moedas.

“Na Europa já temos conseguido baixar essas barreiras e criar uma harmonização entre os vários mercados, em aspetos como o mercado de trabalho, o sistema judicial”, destacou o Comissário Europeu. A solução? “O mercado único europeu”, que está na base da criação da União Europeia, que é um “projeto contínuo já que continuam a existir algumas barreiras entre os vários países.