Autarcas gregos estão furiosos e admitem processar o Estado por causa do decreto-lei que na segunda-feira obrigou vários organismos públicos, incluindo entidades do poder local, a transferir todas as reservas de tesouraria das respetivas contas em bancos comerciais para a conta geral do Estado central grego no Banco da Grécia. A medida deve garantir ao Estado entre 1,5 e dois mil milhões de euros, o que permitirá aliviar o sufoco financeiro do Estado.

“Nenhuma autarquia deve depositar um euro que seja no Banco da Grécia”, afirmou Ioannis Lolos, presidente da Câmara de Igoumenitsa, no noroeste da Grécia. Citado pela agência Associated Press, o autarca diz que podem ser organizados protestos contra o governo e que será tomada “toda e qualquer ação legal e política” para lutar contra esta medida.

As declarações foram proferidas na terça-feira, após uma reunião de vários responsáveis do poder local indignados com a decisão.

Uma “necessidade extrema e imprevista” justificou, na segunda-feira, um decreto-lei que obriga a administração local e outros organismos públicos a passarem todas e quaisquer reservas de tesouraria para a conta no banco central. A medida ilustra as dificuldades financeiras crescentes que o Estado grego enfrenta para responder à despesa corrente e fazer os pagamentos ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

“As entidades da administração central ficam obrigadas a depositar as suas reservas financeiras e a transferi-las para as suas contas no Banco da Grécia”, pode ler-se no decreto presidencial publicado esta segunda-feira, 20 de abril. “A lei é entregue devido a necessidades extremamente urgentes e imprevistas”, diz o documento, citado pelas agências noticiosas internacionais.

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