As ações norte-americanas estão a negociar em níveis “um pouco elevados“, de um modo geral, o que faz com que haja “perigos potenciais” neste mercado. O alerta não vem de qualquer um: é a toda poderosa presidente da Reserva Federal dos EUA, Janet Yellen, que teme que os preços atuais das ações (em relação aos retornos que oferecem) estão em níveis que, por serem elevados, podem originar períodos de instabilidade financeira caso surja uma correção.
“Destacaria que as avaliações nos mercados acionistas, neste momento, estão um pouco elevadas, de um modo geral”, afirmou Janet Yellen, presidente do banco central norte-americano. Quando fala em avaliações, a responsável refere-se à relação entre o preço das ações (que, em muitos casos, estão em máximos históricos) e a capacidade de geração de lucros atual ou previsível, o que na gíria dos mercados é conhecido como múltiplos.
Citada pela Bloomberg, numa conferência sobre Finanças em Washington DC, Janet Yellen diz que os múltiplos “não estão tão elevados quando se comparam com os retornos de ativos sem risco, como as obrigações, [que estão a negociar com preços elevados e juros baixos] mas há perigos potenciais aí”.
Ações dos EUA estão em máximos históricos
A bolsa de Nova Iorque está perto de máximos históricos, incluindo o índice tecnológico Nasdaq, e no que diz respeito aos múltiplos o índice S&P 500 tem, neste momento, um valor de 18,4 vezes os lucros, perto do máximo de cinco anos de 18,7 vezes fixado em fevereiro.
A Reserva Federal mantém a taxa de juro de referência em zero desde 2008 e, até recentemente, promoveu uma expansão monetária agressiva através de programas de compra de ativos. Nesta altura, perante a recuperação da atividade económica, a Fed está sob pressão para subir a taxa de juro para evitar a criação de riscos de instabilidade. É que, perante as rendibilidades baixas, pode existir uma tendência para que os investidores procurarem ativos com maior rendibilidade mas, também, maior risco.