O eurodeputado Paulo Rangel considera que as eleições britânicas, que na última quinta-feira deram a vitória aos conservadores, dão algumas pistas sobre o que pode acontecer nas legislativas portuguesas. Desde logo, o social-democrata considera que a questão económica foi crucial para a vitória de Cameron e que “as pessoas não refutam a austeridade”, lembrando que Portugal está em clara rota de “recuperação”. Quanto à derrota dos trabalhistas, o eurodeputado afirma que isso mostra que “os socialistas não têm soluções” e que quanto mais propostas António Costa vier fazer, mais as pessoas vão desconfiar.

No âmbito do think tank European Ideas Network – um fórum de reflexão que faz parte do Partido Popular Europeu, partido europeu ao qual pertence o PSD -, Paulo Rangel vai organizar esta terça-feira em Bruxelas um seminário que visa analisar o impacto das eleições britânicas e os movimentos populistas na Europa.  Ao Observador, o eurodeputado defende que houve nestas eleições britânicas “um reforço da posição anti-europeísta”, embora este resultado tenha sido “atenuado pela derrota do partido eurocético UKIP” que apenas conseguiu eleger um deputado. O social-democrata defende que outro resultado relevante foi a derrota dos trabalhistas e ainda o reacender da questão escocesa.

“As pessoas compreendem que a disciplina orçamental é necessária”, disse Paulo Rangel

Embora Paulo Rangel ressalve que a questão europeia e das autonomias não tenha paralelo na realidade portuguesa – o mesmo não se pode dizer sobre Espanha, onde o eurodeputado afirma que este resultado do Partido Nacionalista Escocês pode dar esperança de independência para a Catalunha e outras regiões – e isso obriga a que sejam tiradas lições do que aconteceu no Reino Unido.

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“A política de redução de despesa e criação de emprego, está a dar frutos. As pessoas não refutam a austeridade”, disse o eurodeputado, dizendo que apesar de não ter os resultados da economia britânica, Portugal está “a recuperar”. Sobre o PS e o possível desempenho nas eleições legislativas, Rangel disse que estes resultados mostram que “os socialistas não têm soluções” e que, “quem ouve as promessas de António Costa, desconfia”.

Sobre o populismo, o eurodeputado diz que em Portugal pode haver algumas forças com “algum relevo” e que estas podem vir a assumir “algum peso” na próxima legislatura.

As iniciativas organizadas pelo eurodeputado no Parlamento Europeu vão reunir figuras como o antigo eurodeputado liberal Andrew Duff ou Dirk Hazell, líder de uma organização pró-europeia no Reino Unido, assim como Manuel Alvarez Tardio, professor da Universidade Juan Carlos І, Madrid e Elodie Nowinski, Sciences Po, para falar sobre populismos.