Os alegados abusos sexuais de duas crianças no seio de uma família de acolhimento em Celorico de Basto, que segundo a Polícia Judiciária terão começado há nove anos, só foram sinalizados em abril, informou a Segurança Social.

Em resposta escrita enviada à Lusa, o Instituto da Segurança Social (ISS) refere que, após ter sido sinalizada, a situação foi “de imediato” participada ao Ministério Público.

Acrescenta que o contrato com aquela família de acolhimento “foi também de imediato cessado”.

As duas vítimas foram “imediatamente” encaminhadas para a instituição, estando desde essa data a serem-lhes prestados “todo o apoio e acompanhamento necessário”.

Por responder ficaram questões relacionadas com os critérios e o modo de escolha das famílias de acolhimento e com o tipo de acompanhamento que é feito após a criança ser confiada a uma família.

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Segundo um comunicado da PJ, dois homens, pai e filho, foram detidos, em Celorico de Basto, pela alegada prática de “inúmeros” crimes de abuso sexual de duas irmãs que tinham sido entregues à guarda daquela família.

Os detidos já foram submetidos a primeiro interrogatório judicial, tendo o tribunal decidido que ficarão a aguardar julgamento em liberdade.

Foram-lhes aplicadas as medidas de coação de apresentações bissemanais na polícia, proibição de se ausentarem do concelho onde residem e proibição de contactarem as vítimas.

“Os suspeitos, pai e filho, de 59 e 35 anos de idade, estão indiciados pela prática, de forma reiterada, de inúmeros crimes de abuso sexual de crianças e abuso sexual de menores dependentes, dos quais foram vítimas duas menores, entregues à guarda do primeiro”, refere o comunicado.

Acrescenta que os abusos terão começado quando as vítimas tinham 9 e 11 anos e se terão prolongado até aos 18 e 15 anos de idade, respetivamente.

A investigação vai continuar, nomeadamente para apurar se a mulher do arguido mais velho, madrinha de uma das crianças, sabia dos abusos.

Em caso afirmativo, também ela poderá ser constituída arguida.