O primeiro-ministro nepalês lançou hoje um apelo visando angariar dois mil milhões de dólares para um fundo de reconstrução do país, devastado por dois violentos sismos que fizeram mais de 8.500 mortos. “O nosso objetivo é recolher dois mil milhões de dólares. O Governo orçamentou 200 milhões de dólares para criar o fundo e apela aos doadores e ao setor privado para fazerem as suas contribuições”, declarou o primeiro-ministro, Sushil Koirala.

O executivo nepalês, no poder há um ano, foi muito criticado por ter demorado a reagir após o sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter ocorrido a 25 de abril, seguido de outro de magnitude 7,3, a 12 de maio, que arrasaram as infraestruturas de um país pobre e destruíram milhares de casas.

“A reabilitação e a reconstrução são muito importantes para nós, e esperamos que os nossos amigos venham generosamente em nosso socorro”, acrescentou o primeiro-ministro. Mais de 20 países participaram nas operações de resgate e assistência desde o primeiro sismo, enviando para o Nepal profissionais de saúde e ajuda humanitária.

Mas a ONU anunciou este mês ter recebido apenas 22 milhões de dólares em resposta ao seu apelo para 415 milhões de dólares. A Cruz Vermelha sublinhou no sábado que está “ainda a trabalhar em modo de emergência absoluta” no Nepal e reviu em alta o seu apelo para donativos, de 35 para 93 milhões de dólares, explicando que o segundo sismo “agravou a situação” dramática desencadeada pelo primeiro.

Várias outras agências humanitárias alertaram também para a situação dos nepaleses, que corre o risco de piorar à medida que se aproxima a época das monções, cujas chuvas torrenciais deverão provocar deslizamentos de terras e isolar ainda mais aldeias.

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