Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM País / Quercus Seguir Presidente da Quercus alerta para redução de jovens no voluntariado ambiental A redução do número de jovens em ações de voluntariado na conservação da natureza preocupa novo presidente da Quercus. João Branco quer "tentar inverter essa tendência". Agência Lusa Texto 17 Mai 2015, 10:17 i Pedro Nunes/LUSA Pedro Nunes/LUSA O novo presidente da Quercus transmitiu hoje a preocupação da associação ambientalista com a redução do número de jovens em ações de voluntariado na conservação da natureza e salientou o objetivo de “tentar inverter essa tendência”.João Branco, que tomou posse no final de março, avançou à agência Lusa que a direção decidiu criar novos grupos de trabalho em áreas que vão ter atenção renovada da associação, como a poluição atmosférica e qualidade do ar, os ecossistemas marinhos e pesca ou os solos e agricultura. “Temos uma preocupação estratégica [pois] achamos que as pessoas estão a afastar-se cada vez mais de ações de voluntariado, principalmente nas associações em ações de conservação da natureza e principalmente os jovens”, salientou o presidente da Quercus.“Notamos que há cada vez menos jovens dispostos a abraçar a causa ambiental” e a associação vai “tentar inverter essa tendência para chamar mais pessoas para o movimento ambientalista, em especial jovens, até porque temos de pensar na renovação dos quadros da própria Quercus”, que assinala este ano o seu 30.º aniversário.Como possíveis explicações para o afastamento dos jovens está a existência de “outras preocupações”, mas também o custo de participar em ações que nem sempre se realizam perto do local de residência, sendo necessário “descobrir métodos e estratégias que permitam inverter essa tendência”. Entre os novos projetos da Quercus, João Branco apontou a criação de novos grupos de trabalho para as áreas da poluição atmosférica e qualidade do ar, para colaborar com associações internacionais que se dedicam ao tema, ecossistemas marinhos e pesca, com destaque para os resíduos no mar, nomeadamente os plásticos, e a sobrepesca, que afeta as populações de peixe, e solos e agricultura.Paulo Branco referiu que a agricultura “talvez seja a atividade mais poluente na Europa” e apontou a utilização de pesticidas e agroquímicos, que são “atirados para a natureza”, mas também salientou a necessidade de preservar o património genético agrícola, que “se está a perder a passos largos, se não for definido um plano”.Questionado sobre as principais preocupações, o presidente da Quercus salientou, na conservação da natureza, a construção das quatro grandes barragens previstas, do Fridão e da Cascata do Tâmega, adjudicadas à EDP e à Iberdrola, que “acabarão por formar uma grande barreira física que, muito provavelmente, será o golpe de misericórdia nas populações do lobo do Marão e Alvão”. A falta de informação sobre a possibilidade de avançar a exploração de gás e petróleo no Algarve e na zona de Peniche é outro assunto em cima da mesa dos ambientalistas que defendem ser “o turismo e a pesca em Portugal muito mais importantes” que aquela atividade.Na segunda-feira, a Quercus apresenta em Lisboa o programa das comemorações dos seus 30 ano.