O secretário-geral da CGTP considera um “embuste” a proposta do PS de descer a taxa social única (TSU) em quatro pontos percentuais, defendendo que vai prejudicar, e não beneficiar, os trabalhadores.

“Se houver uma redução para os trabalhadores da sua contribuição de Segurança Social isso quer dizer que vão ter menos proteção social e o valor da pensão de reforma vai baixar”, afirmou à Lusa Arménio Carlos, enquanto participava numa marcha em Lisboa contra a privatização dos transportes.

O projeto de programa eleitoral do PS, divulgado na quarta-feira, apresenta uma versão mais “cautelosa” da proposta de descida da TSU para trabalhadores e empresas em quatro pontos percentuais.

“A ilusão de que a melhoria dos rendimentos das famílias pode ser feita através de uma redução da TSU para os trabalhadores em 4 pontos percentuais é um embuste”, acrescentou o sindicalista, defendendo que a melhoria dos rendimentos dos trabalhadores se faz pelo aumento dos salários, pelo aumento do salário mínimo nacional e por uma política fiscal diferente da atual.

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Arménio Carlos falou ainda do projeto do PS no que respeita às áreas da legislação laboral e da Segurança Social, para dizer que “não são diferentes” das atuais políticas do Governo e que fica “tudo como dantes”.

Quanto à proposta do PS de reduzir o horário de trabalho da Função Pública para as 35 horas, o secretário-geral da CGTP disse que é preciso que essa proposta seja concretizada sem qualquer tipo de condicionalismo.

Quanto às propostas do PS em termos de legislação laboral, a CGTP defende que “não resolve nenhum problema” e que, pelo contrário, agrava o problema da precaridade dos trabalhadores.

“Não precisamos do contrato único para precarizar todos os trabalhadores, independentemente de terem um contrato precário ou efetivo, precisamos é de uma revogação das normas gravosas do código do trabalho que desequilibraram as relações do trabalho”, defendeu.