Os líderes dos sete países mais industrializados do mundo ameaçaram Vladimir Putin com novas sanções económicas, caso este persista em perseguir o seu “desejo obstinado de recrear as antigas glórias do império soviético”, como referiu Barack Obama, e não cumpra o acordo assinado em Minsk, em fevereiro deste ano. O grupo esteve reunido esta segunda-feira, em Krün, no sul da Alemanha.

Num comunicado emitido no final da reunião, ficou claro que as medidas aplicadas à Rússia podem ficar mais apertadas. Tudo depende da implementação do acordo e do “respeito pela soberania da Ucrânia”. “Estamos prontos para tomar futuras medidas restritivas de modo a aumentar os custos na Rússia, se as ações assim o determinarem”, pode ler-se na nota divulgada.

Esta posição já tinha sido reforçada por Donald Tusk, que, antes do início do encontro, fez questão de frisar que “se alguém quiser iniciar um debate sobre a alteração do regime de sanções, essa discussão só poderá ser sobre o seu fortalecimento”.

Numa altura em que a violência na fronteira no leste da Ucrânia voltou a escalar, os G7 apelaram a Moscovo para que retire o apoio às forças separatistas e que faça uso “considerável da sua influência” para que estas cumpram “os acordos de Minsk na totalidade”. “Reiteramos a nossa condenação da anexação ilegal da península da Crimeia pela Federação Russa e reafirmamos a nossa política de não-reconhecimento”, refere ainda a mesma nota.

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A duração das medidas já aplicadas está também dependente da implementação das medidas acordadas em Minsk, nomeadamente do cessar fogo e do retirar das armas. Estas poderão ser retiradas caso a Rússia cumpra a sua parte do acordo e respeita a “soberania da Ucrânia”.

“Recordamos que a duração das sanções deve estar diretamente ligada à completa aplicação dos acordos de Minsk pela Rússia, e ao respeito pela soberania da Ucrânia. As sanções podem ser levantadas quando a Rússia cumprir esses compromissos”, refere o comunicado.

Na reunião desta segunda-feira, foram também abordados outros temas, como a economia mundial ou a luta contra o terrorismo. No capítulo dedicado ao ambiente, os G7 apelaram à necessidade de tomar medidas de combate às alterações climatéricas. Uma destas medidas poderá passar pela elaboração de um acordo “robusto, inclusivo e que reflita o envolvimento das circunstâncias nacionais” durante a Conferência sobre Alteração Climatérica, que decorrerá em dezembro, em Paris.

Defendendo a importância da mobilização do setor privado e o investimento em tecnologias de baixa emissão de carbono, o grupo propõe-se a intensificar o apoio aos países mais vulneráveis e a acelerar o acesso às energias renováveis em África e nos países subdesenvolvidos, através da redução da pobreza energética e da mobilização substancial de fontes financeiras a partir de investidores privados.

No que diz respeito às alterações climatéricas, outros dos objetivos passa por reduzir as emissões mundiais de gases com efeito de estufa de 40% a 70%, até 2050. A diminuição progressiva da utilização dos combustíveis fósseis foi também discutida.

No mesmo comunicado, os sete países apelaram ainda à divulgação de propostas de objetivos de emissões para depois de 2020 e reafirmaram a ambição “de tornar o Fundo Verde do Clima completamente operacional em 2015”. No final da cimeira, Barack Obama apelou à necessidade de agir rapidamente para evitar a subida da temperatura.