Os portugueses consumiram menos combustível no primeiro trimestre deste ano, uma quebra de 10,7% face a igual período de 2014, com os postos de combustível dos hipermercados a liderarem a preferência dos particulares, divulgou hoje a APED.
“O que nos diz o relatório dos combustíveis relativamente ao mercado do primeiro trimestre de 2015 é que, de facto, os portugueses consumiram menos combustível no segmento dos consumidores particulares”, quando comparado com o mesmo período do ano passado, disse a diretora-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) à Lusa.
“Houve uma quebra de 10,7%” em volume de vendas nos primeiros três meses do ano, para 803 milhões de euros, disse Ana Isabel Trigo Morais.
“Os postos de abastecimento que pertencem às insígnias da distribuição [nos hipermercados] são líderes do mercado de combustíveis, continuam a liderar a preferência dos consumidores, mesmo depois de ter havido uma alteração do quadro legislativo”, sublinhou a diretora-geral.
De acordo com dados do estudo Kantar Worldpanel, referem, a rede de postos das marcas da distribuição moderna alcançou uma quota de 28,4% em volume e de 27% em valor no primeiro trimestre, o que comparam com 27,2% e 26,3%, respetivamente, em igual período de 2014.
“Os consumidores continuam a preferir o combustível que é vendido nas insígnias da distribuição e é por isso que [os portugueses] continuam a dar a liderança do mercado” aos postos de abastecimento dos hipermercados.
Ana Isabel Trigo Morais destacou que, de acordo com os dados hoje divulgados, “as pessoas vão menos vezes abastecer as suas viaturas, mas cada vez que o vão fazer abastecem-se com mais quantidade”, realçando que “o volume médio dos litros abastecidos em cada ida aumentou 10%”.
Isto significa que “os consumidores estão muito sensíveis à questão do preço, estão a ficar mais esclarecidos quando fazem as suas escolhas”, considerou.
O volume médio por abastecimento nos primeiros três meses do ano foi de 22,77 litros, o que compara com 20,70 litros em igual período de 2014.
No entanto, o número médio de abastecimentos recuou 6,7% para sete.
Por outro lado, o prémio médio do combustível registou uma maior queda nos postos da distribuição moderna do que nos das empresas petrolíferas.
“De facto há um acompanhamento da descida do preço médio do litro de combustível vendido, nós vemos que a distribuição moderna, acompanhando o movimento do mercado internacional, teve uma quebra do preço em relação ao período anterior, de 13,8%”, enquanto “nas empresas petrolíferas essa quebra foi de 11,7%”, acrescentou a diretora-geral da APED.
A responsável destacou que a distribuição moderna aposta na “transferência de valor para os consumidores”, pela via do preço, nomeadamente a sua estabilidade.
Salientou que a qualidade e todas as especificações dos combustíveis dos postos dos hipermercados, “que foram em tempos postas em causa”, continuam “a dar provas que é uma questão ultrapassada que nunca fez sentido” e que estes postos têm a confiança dos consumidores.