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  • E é assim que chegamos ao fim deste liveblog. Lembra-se de se fechar uma noite sobre a crise da Grécia tão cedo (são 22h50 em Lisboa e 00h50 em Atenas)? Nós também não.

    Agora que o parlamento grego fica a meio-gás, o sempre bem informado (e agora bem humorado) jornalista grego Nick Malkoutzis deixa uma certeza para enquanto as coisas se mantiverem desta forma: “Vendo as coisas pelo lado positivo, acabaram-se os debates até às tantas no parlamento grego nas próximas semanas.”

    Boa noite e obrigado por nos ter acompanhado!

  • Ponto de situação final

    – A Grécia caminha para novas eleições depois de o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, ter apresentado a demissão do seu governo ao Presidente da República, Prokopis Pavlopoulos. Num discurso de cerca de dez minutos, o líder do Syriza lançou críticas àqueles que se lhe opuseram dentro do próprio partido (“fizemos tudo o que tínhamos ao nosso alcance para salvar a Grécia, mas houve outros que exigiram que voltássemos ao drachma”) e acabou por admitir que a razão que o leva a abrir mão do seu mandato são os dissidentes à sua esquerda: “Muitos elementos no seio do nosso partido decidiram manter o assento parlamentar e não se demitir. Por isso, decido apresentar ao povo grego a minha demissão e a do governo”.

    – Liderados por Panayotis Lafazanis, é possível que os membros da Plataforma de Esquerda (a fação à esquerda de que Tsipras falou no seu discurso) estejam prontos para formar um grupo parlamentar independente. E também já se fala de que usem o Antarsya — um partido de esquerda revolucionária com escassa expressão eleitoral — como “barriga de aluguer” nas próximas eleições.

    – A data das eleições ainda é desconhecida, mas as datas de 13 de setembro e 20 de setembro são as mais prováveis. Vai ser um período importante no Sul da Europa: além das eleições gregas, a Catalunha vai a votos no dia 27 de setembro e, claro, em Portugal, temos legislativas a 4 de outubro.

    Vangelis Meimarakis, o líder do maior partido da oposição grega, a Nova Democracia (ND), disse que vai “explorar todas as vias possíveis” para evitar que a Grécia vá a votos. Segundo a Constituição, no caso de uma demissão do primeiro-ministro, o segundo maior partido tem três dias para formar um governo. Ora, Meimarakis pode tentá-lo, mas não vai ser fácil: o Syriza tem 149 em 300 assentos parlamentares e não parece estar disposto a estender a mão à ND (76 deputados). Escusado será dizer que os comunistas do KKE (15) também não estarão para aí virados e ainda não é certo se a ND vai tentar dialogar com os neonazis da Aurora Dourada (17). Restam, pois, de forma realista, os socialistas do Pasok (13) e os centristas pró-Europa do To Potami (17). Os três juntos, somariam apenas 106 deputados — um número que, no parlamento grego, rima com tudo menos com “estabilidade”.

    – Estabilidade essa que parece ser um desejo das instituições europeias, a par de um consenso alargado em volta do novo memorando. Ainda antes do início da declaração de Tsipras, o chefe de gabinete do Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, escreveu que as “eleições antecipadas na Grécia podem ser uma maneira de alargar o apoio ao resgate”. E Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, disse esperar que “as eleições levem a um apoio ainda maior [ao resgate] dentro do parlamento grego”.

  • Plataforma de Esquerda pode formar grupo independente no parlamento

    Entretanto, circulam rumores de que a Plataforma de Esquerda (o grupo mais à esquerda no Syriza que tem dificultado a vida a Tsipras) se prepara para formar um grupo parlamentar independente. Não se sabe ao certo quantos deputados iriam fazer parte desta cisão, mas há quem avance um número considerável: cerca de 40. Assim, esta fação liderada pelo ex-ministro da Energia, Panayotis Lafazanis, tornar-se-ia no terceiro maior partido dentro do parlamento.

  • Merkel (via Dilma): "Demissão de Tsipras é parte da solução"

    A chanceler alemã, Angela Merkel, está neste momento numa visita oficial ao Brasil. Até agora, Merkel ainda não fez nenhuma declaração pública, mas Dilma Roussef (quem diria?) citou a chanceler alemã numa declaração aos jornalistas. Segundo a Presidente brasileira, Merkel terá dito que “a demissão de Tsipras é parte da solução e não parte da crise”.

  • O arco de Tsipras

    A Agence France-Press fez uma infografia com as nove datas que marcaram o mandato de (apenas) oito meses de Tsipras. Ora veja:

    https://twitter.com/AFP/status/634436529541251072/photo/1?ref_src=twsrc%5Etfw

  • Dijsselbloem: "Recordo o amplo consenso do parlamento para o resgaste"

    Reação do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem: “Relembro o amplo consenso reunido no parlamento grego para o novo resgate e pacote de medidas e espero que as eleições levem a um apoio ainda maior dentro do parlamento grego.”

  • Moody's: Tsipras colocou programa em risco

    A agência de rating Moody’s já avisou que com a renúncia ao cargo de primeiro-ministro, Alexis Tsipras acabou por colocar o terceiro programa de ajuda à Grécia em risco. Em causa está o receio de que as medidas acordadas com os credores não sejam implementadas no país

    “A decisão do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras – de se demitir e convocar eleições para 20 de setembro – pode aumentar as preocupações relativas à execução do programa”, cita o The Guardian.

  • Meimarakis vai "explorar todas as vias possíveis" para evitar eleições e formar governo

    Segundo a Constituição grega, no caso de demissão do governo, o segundo partido mais votado — neste caso, a Nova Democracia — pode tentar formar um governo. Tem três dias para encontrar uma solução governativa — algo pouco provável, uma vez que o Syriza, que ficaria obrigatoriamente de fora destas contas, ocupa 149 dos 300 assentos parlamentares.

    Este cenário não é, pois, o mais provável. Ainda assim, Vangelis Meimarakis, do partido de centro-direita, já disse que vai “explorar todas as vias possíveis”.

  • O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, também já se pronunciou, por email, sobre a demissão de Tsipras e a marcação de eleições antecipadas na Grécia, segundo a Bloomberg. Diz que a Grécia deve permanecer comprometida com a zona euro e que espera que as eleições tragam maior apoio ao programa.

  • Líder da Nova Democracia vai reunir-se com partidos da oposição

    Vangelis Meimarakis, da Nova Democracia, disse ainda também que se vai reunir com os líderes do Pasok (socialistas) e do To Potami (centro, pró-Europa). O objetivo será formar um governo minoritária entre estes três partidos, escreve o jornalista grego Nick Malkoutzis.

    Além disso, Meimarakis vai consultar o seu partido para decidir se inclui os neonazis da Aurora Dourada no lote dos partidos para formar um governo — evitando assim as eleições antecipadas.

  • Nova Democracia: Tsipras foi "desonesto"

    O líder internino do Nova Democracia, o principal partido da oposição, já disse que está pronto para as eleições. Vangelis Meimarakis afirmou que a decisão de Alexis Tsipras de convocar eleições antecipadas foi “desonesta” para com os credores da Grécia.

  • Discurso de Tripras: "Acredito que melhores dias virão"

    “Apesar das dificuldades estou otimista. Acredito que melhores dias virão. Apelo ao vosso voto para governar, para podermos seguir em frente com o nosso programa. Agora, estamos mais preparados para cumprir os nossos objetivos para a Grécia numa nova situação. Apelo-vos para darem uma resposta, para reagirem perante as adversidade e para lutarem pelo nosso país.”

  • Eleições em cima das portuguesas

    Ainda não é certo o dia (as datas avançadas foram de 13 ou 20 de setembro), mas é certo que o escrutínio grego vai acontecer em cima das eleições portuguesas. E a contaminação é inevitável. A Grécia tem sido arma de arremesso político por cá, com os partidos da oposição a acusarem o PS de se colar ao Syriza, de Alexis Tsipras. Quando o partido da esquerda grega ganhou as eleições, António Costa e o PS reagiram com simpatia, mas com o radicalizar das posições do primeiro-ministro grego, o secretário-geral socialista tem ensaiado um distanciamento para não ser contaminado pelas ondas de choque que podem surgir de Atenas. Sobretudo durante os meses em que a situação grega esteve num limbo, sem haver acordo para um resgate.

    Mas é certo que com os votos gregos a ser contados com os candidatos portugueses na rua (a campanha oficial começa a 21 de setembro), o tema será incontornável e terá reflexos na reflexão dos portugueses.

  • O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, já se pronunciou sobre o anúncio de Alexis Tsipras, dizendo que “tomou conhecimento” da sua decisão.

  • Discurso de Tsipras: "Teremos de levar à justiça quem foge aos impostos"

    “Travámos muitos combates, muitas lutas. E no futuro teremos de lutar contra a corrupção, teremos de levar à justiça as pessoas que fogem aos impostos. Teremos de mudar o nosso Estado para que seja mais amigo dos cidadãos. Mas tudo isto exige uma escolha da vossa parte.”

  • Discurso de Tsipras: "Demos passos importantes"

    “Apesar da situação complexa e difícil, conseguimos governar o nosso país de uma maneira diferente da do governo anterior. Demos passos importantes assumimos algumas iniciativas para tentar mudar o rumo das coisas na Grécia. E decidimos mudar o futuro do país.”

  • Alexis Tsipras já está junto do presidente grego, que diz que vai “fazer tudo o que é preciso para que a Grécia honre os seus compromissos na zona euro e lá permaneça”.

  • Discurso de Tsipras: "A reação do nosso povo é conhecida em todo o mundo"

    “A reação do nosso povo é agora conhecida em todo o mundo. E a ideia de que a austeridade deve acabar é agora uma ideia transversal a toda a Europa. A Grécia desempenha agora um papel de liderança na discussão do futuro da Europa.”

  • Na Grécia, já há rumores de que a presidente do parlamento grego, Zoe Konstantopoulou, vai juntar-se a um novo partido anti-resgate, mas que o ex-ministro das finanças grego, Yanis Varoufakis, não.

    https://twitter.com/YanniKouts/status/634425212709285888 https://twitter.com/Areopolis/status/632056479579795456

  • Discurso de Tsipras: "Orgulho pela batalha que eu e o meu governo travámos"

    “Fizemos tudo o que tínhamos ao nosso alcance para salvar a Grécia, mas houve outros que exigiram que voltássemos ao drachma. Pessoas que estão no seio do nosso próprio partido. Também houve políticos antigos que nos dissera para aceitarmos todas as exigências dos credores. Apelo aos gregos para decidirem e manifesto o meu orgulho pela batalha que eu e o meu governo travámos.”

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