A decisão da coligação PSD-CDS em não participar no debate conjunto sobre as legislativas, que já estava acordado para o dia 22 de setembro, deve-se, para Jerónimo de Sousa, ao desejo de evitar o confronto com a coligação PCP-Os Verdes. “Passos Coelho quer fugir ao debate com a CDU e comigo próprio, particularmente.”, disse aos jornalistas, em Esmoriz.

Na sequência do anúncio da coligação Portugal à Frente (PAF, formada por PSD e CDS), de que não irá participar no debate conjunto porque PS e PCP estão a boicotar a discussão com as seis forças políticas (Bloco de Esquerda, PS, PSD, CDS, PCP e Os Verdes), Jerónimo de Sousa eslareceu que o partido nunca evitou ou questionou “a participação em debates com o CDS, mesmo quando ele só tinha quatro deputados. Mas o grande problema que se colocou era a discriminação de uma coligação ter direito a dois representantes e outra, a CDU, ter apenas um“.

Para Jerónimo de Sousa, o argumento de que o PCP “vetou a participação de Paulo Portas” é sinónimo de fuga ao debate com os comunistas. E lembrou: “O PS também tinha essa posição. E porque é que vai debater com o PS e não debate com a CDU?”.

Questionado sobre o que vai fazer, o secretário-geral do PCP disse que a CDU “reservará para mais tarde a sua posição sobre o modo de participação no conjunto dos debates que se vão realizar”. Fica assim para mais tarde uma decisão do partido sobre se aceita que o duelo televisivo com a coligação seja, não com Passos, mas com Portas.

As negociações em torno dos debates tem tido lugar nos últimos meses com os partidos a discutirem se Paulo Portas deve ou não fazer parte de debates a dois, tendo em conta que o CDS vai concorrer em coligação com o PSD – o mesmo que acontece com Os Verdes em coligação com o PCP. Esta sexta-feira, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusou Passos Coelho e Paulo Portas de quebrarem o acordo sobre os debates por “medo do confronto e de mostrarem ao que vêm”.

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