José Maria Ricciardi é um dos ex-gestores do Grupo Espírito Santo (GES) alvo de contra-ordenações num novo processo lançado pelo Banco de Portugal que está relacionado com créditos ao BES Angola (BESA). Ricciardi, que se manteve como presidente do banco de investimento BESI após o colapso do grupo e que continua como líder dessa instituição – que agora se chama Haitong Bank, após ser comprada pelos chineses da Haitong –, é o único dos 16 gestores acusados que manteve a idoneidade e está em funções na banca nacional.
O Diário Económico noticia esta manhã, citando o documento da acusação a que teve acesso, que os visados são Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, José Maria Ricciardi, Rui Silveira, Joaquim Goes e 11 outros ex-gestores do antigo Grupo Espírito Santo (GES). Em causa estão elevados financiamentos concedidos pelo BES ao BES Angola. O Banco de Portugal identificou falhas em matéria de ‘compliance’, auditoria interna, gestão de riscos, informação de gestão e reporte de controlo interno, escreve a publicação financeira.
Os ex-gestores receberam esta semana o documento da acusação e têm um prazo de 30 dias para apresentarem a sua defesa.
Acusações de dolo a Salgado e outros
O antigo presidente executivo do banco, Ricardo Salgado, o seu braço-direito para a área financeira, Morais Pires, e o responsável pela auditoria do banco, Rui Silveira, são os que enfrentam um maior número de contra-ordenações: quatro. O Jornal de Negócios diz que estes são acusados de ser autores, a título doloso, de três contra-ordenações e uma infracção especialmente grave.
A elementos como José Manuel Espírito Santo, António Souto, Jorge Martins, José Maria Riccardi, Joaquim Goes, João Freixa e Stanislas Ribes, é imputada a autoria das três contra-ordenações relativas aos sistemas de gestão, controlo e avaliação de risco.