“Vai ser um multifacetado e um grande centro cultural e empresarial, porque aqui vão acontecer muitos encontros empresariais (congressos, reuniões), mas também todo o tipo de atividade artística ligada sobretudo à língua portuguesa”, adiantou Paulo Matos, em declarações à agência Lusa.

Até ao final do ano “inicia-se a primeira fase de obras”, que deverá estar concluída “no primeiro trimestre de 2016″, no início do ano logo, e o espaço começa a funcionar”. A primeira fase de obras no edifício da Rua Martens Ferrão, na zona de Picoas, passa pela renovação da fachada.

Esta renovação “é necessária por dois motivos: porque as regras de utilização do espaço o exigem – é preciso que os acessos cumpram determinados requisitos – e porque a fachada será imediatamente um novo impacto – uma cor diferente, um ar diferente, uma renovação integral”.

Do tempo em que era cinema ficaram três salas — uma no piso da entrada e duas no -1, piso onde há ainda uma outra sala e um bar. No primeiro piso há uma varanda e uma ‘mezzanine’. O edifício tem uma outra cave, no -2, onde funcionou uma discoteca.

Ao longo do próximo ano “é preciso [fazer] outras obras para melhorar outras coisas, como por exemplo a sala de espetáculos e três pequenos estúdios em baixo, para serem multifuncionais, para poderem ser espaços de reunião, mas ao mesmo tempo de formação, para pequenos espetáculos, para cinema”.

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“Essas são a segunda e terceira fases, que vão acontecendo ao longo do ano, conforme os capitais” disponíveis, disse Paulo Matos. “É uma área muito grande” e, por isso, “terá vários ambientes”, alertou o ator.

“Nas zonas dos cafés, estamos à procura de concessões para vários anos, algumas empresas parceiras vão instalar-se aqui (agenciamento de artistas, material para espetáculos) e todas as outras atividades acabarão por funcionar por acordos para eventos, espetáculos, colaborações. É muito vasto”, explicou.

Paulo Matos avançou ainda que, “a médio prazo, haverá um canal de televisão, que será produzido maioritariamente aqui”. A ideia de abrir este espaço cultural e empresarial “tem mais de quatro anos”. “É um projeto com muita reflexão, com muita resiliência, que começou antes do próprio cinema Mundial”, disse.

Na origem deste centro está uma associação “de solidariedade, apoio e cooperação com o mundo lusófono, que Paulo Matos fundou com amigos, “a ‘Karingana Wa Karingana’ (uma expressão de Moçambique), que se transformou numa Organização Não Governamental (ONG)”.

O antigo cinema Mundial encerrou em março de 2004. Na altura, a Lusomundo Audiovisuais, que detinha o espaço, alegou razões de segurança e fraca afluência de público às três salas de exibição. Em janeiro de 2005 a sala reabriu com uma peça de teatro, tendo, desde então, acolhido esporadicamente espetáculos. A 09 de outubro deste ano o antigo cinema Mundial abriu portas para festejar o aniversário da revista Time Out. “Foi a primeira vez que o espaço reabriu já com este conceito de espaço multiusos”, disse Paulo Matos.