É, felizmente, uma situação pouco comum em Portugal: um aluno de 14 anos entrou armado no Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache, às portas de Coimbra, e ameaçou a professora e o diretor da escola. Os responsáveis do estabelecimento conseguiram controlar o adolescente.
O rapaz é aluno daquele colégio privado e “nunca reprovou de ano nem há histórico criminal”, avança o Capitão Campos, do Destacamento Territorial de Coimbra ao Observador.
O aluno chegou à escola cerca das 7h30, mas só atravessou os portões do colégio pelas 8h30, hora em que começaria a aula de português da sua turma. Só que em vez de seguir para a sala de aula, entrou na casa de banho e vestiu-se de palhaço, contou o diretor pedagógico do colégio à TVI24. Daí, seguiu para a aula, onde estavam os seus 29 colegas de turma: ameaçou a professora de português com uma arma, e disse também que mataria alguns colegas.
Entretanto, o diretor pedagógico foi alertado e deslocou-se para a sala de aula onde conversou com o adolescente. Num diálogo pouco coerente, o aluno viria a dizer que a sua religião é diferente de todas as conhecidas, ao mesmo tempo que citava passagens da Bíblia.
A primeira arma que o estudante mostrou era de plástico, mas depois chega mesmo ameaçar com uma arma verdadeira. Segundo o capitão Campos, o aluno tinha introduzido “algumas munições no tambor” da arma e tinha outras na sua posse. O diretor da escola conseguiu tirar a arma num momento de distração do aluno.
“A patrulha da GNR foi chamada ao local, mas a professora e o diretor já tinham a situação dominada, tendo convencido o jovem a entregar a arma de fogo e as munições”, disse à Lusa o Capitão Campos. O diretor e a professora ficaram na rua com o adolescente, até à chegada das autoridades.
Tratava-se de um revólver da marca “Tauros”, calibre 32 mm, que estava carregada. O rapaz tinha ainda um afinador de guitarras que utilizou para ameaçar, mais uma vez, dizendo ser um detonador.
O menor foi transportado pela GNR para o Hospital Pediátrico de Coimbra, a fim de ser submetido a avaliação médica. “Depois desta avaliação, o Ministério Público decide se há alguma medida de coação a aplicar”, explica o Capitão Campos ao Observador, adiantando que esta noite o menor fica internado naquela unidade hospitalar: “E tudo indica que amanhã também”, acrescenta. Os familiares do aluno foram informados e esperam, também, os resultados das análises. Quando a equipa médica terminar todos os exames, o jovem deverá apresentar-se no Tribunal de Família e Menores de Coimbra, a fim de ser decidida a medida de coação a aplicar.
O comandante do Destacamento Territorial de Coimbra, capitão Campos, adiantou que o incidente ocorreu cerca das 09:00, por “razões ainda desconhecidas” das autoridades e que não houve feridos.
Ao Observador, o Capitão Campos explica que a GNR está a procurar perceber o que motivou o incidente e de quem é a arma.