Günter Schabowski, o homem que anunciou, ainda que acidentalmente, o levantamento das restrições na concessão de vistos para sair do país, permitindo assim o trânsito livre entre a República Democrática Alemã (RDA) e a República Federal Alemã (RFA), e que levou à queda do muro de Berlim, morreu aos 86 anos.

A 9 de novembro de 1989, o então novo responsável pelas comunicações do Partido Socialista Unificado, que controlava a Alemanha de Leste, deu uma conferência de imprensa onde, como era habitual, deu as mais recentes novidades aos jornalistas. Mas entre elas estava uma das mais importantes decisões na história do país: as restrições de trânsito que se impunham aos residentes na Alemanha de Leste iam deixar de existir, podendo assim sair da parte controlada pelos comunistas.

“Decidimos aprovar uma lei que permite a todos os cidadãos da Alemanha de Leste viajar passando os postos fronteiriços”. Depois deste anúncio, um  jornalista italiano perguntou de imediato quando é que esta medida entrava em vigor, e, recorrendo às suas notas mas nada encontrando por lá, foi ai que Günter Schabowski cometeu a maior gafe: “tanto quanto sei… de imediato… sem demora”.

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A decisão tinha sido, de facto, tomada pelo regime, mas não o plano era dar a informação com embargo e esta ser conhecida apenas no dia seguinte. Quando Günter Schabowski anunciou, nem o próprio estava preparado e o resultado ficou à vista: as pessoas começaram a chegar aos postos fronteiriços junto ao muro, mas ninguém conseguia passar porque os guardas não tinham qualquer informação.

Os milhares continuaram a chegar junto ao muro, impedindo a transição gradual que o regime que governava a RDA tinha prevista que viesse a acontecer, e precipitando a queda do muro de Berlim,

Menos de um ano depois aconteceria a reunificação da Alemanha, com a Alemanha de Leste e a Alemanha Ocidental a voltarem a ser apenas um país após 45 anos de divisão.

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