A ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania referiu hoje a expectativa de que Portugal possa contribuir para que os 22 refugiados hoje chegados a Lisboa encontrem uma vida estável e se integrem na comunidade dos locais que os acolhem.

“A nossa expectativa é que possamos contribuir para que estas pessoas encontrem finalmente uma vida estável, integrada na comunidade, e possam pôr termo a um período muito atribulado das suas vidas em que andaram de país para país, em insegurança, sem condições e sem qualidade de vida”, afirmou Teresa Morais.

A governante falava aos jornalistas após a cerimónia de receção dos refugiados, no aeroporto de Lisboa, uma sessão de boas vindas rápida, antes de seguirem para os lares já preparados para recebe-los em Penela, destino de três das cinco famílias, em Sintra, que vai receber uma família, e em Lisboa, onde fica a outra.

O objetivo é “ajudar estas pessoas a ter uma vida familiar normal e completamente integrada na sociedade portuguesa”, defendeu a ministra, acrescentando que “Portugal tem a esse respeito uma tradição reconhecida, é um país humanista com uma forte solidariedade reconhecida internacionalmente”.

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O grupo de 22 refugiados, composto por 13 adultos, dois bebés e sete crianças mais velhas, veio do Egito, via Munique, ao abrigo do protocolo entre o Estado português e o ACNUR, em vigor desde 2007, e vai ter apoios como alojamento, saúde e ensino, além do conhecimento da língua portuguesa.

Estes fazem parte de um grupo de 44 refugiados que era esperado hoje, mas 22 deles ficaram retidos devido a uma greve de uma transportadora aérea, devendo chegar no domingo.

Teresa Morais especificou que, ao abrigo daquele protocolo, “em 2007, foram recebidas 15 pessoas e nos anos seguintes foram 30”.

Em 2015, são estes 44 refugiados e “aumentamos para 60 o número dos que viremos a acolher em 2016”, realçou a ministra.

Este processo, frisou, é diferente daquele dos 4.500 refugiados que Portugal transmitiu estar em condições de receber e que estão já no espaço da União Europeia, aguardando reinstalação nos países de acolhimento.

Aquele “está atrasado na origem, isto é, Portugal desde o início mostrou toda a sua abertura, toda a disponibilidade” para este processo e as associações da sociedade civil, organismos públicos, parceiros sociais” reunidos num grupo de trabalho, “estão preparados para acolher essas pessoas”, especificou.

A ministra referiu que “há procedimentos, formalidades que têm de acontecer nos países onde elas se encontram neste momento” e a expectativa é que essas pessoas venham da Itália e da Grécia.

Os procedimentos “são incontornáveis por parte dos Estados que as recebem” e relacionam-se com o registo e com a caracterização do seu perfil, um trabalho que “tem sido difícil”, acrescentou.

Segundo informação mais recente referida pela ministra, “espera-se que o primeiro grupo possa chegar no final do mês de novembro e seja constituído por 30 pessoas”.