A morte do antigo embaixador José César Paulouro das Neves foi noticiada esta madrugada pela Rádio Renascença, tendo a notícia sido inicialmente divulgada pelo irmão, Fernando Paulouro Neves, ex-director do Jornal do Fundão, no blogue Notícias do Bloqueio. “O meu irmão mais velho, o José César Paulouro das Neves, ele que teve sempre uma geografia ampla de mundos, partiu prematuramente para a última viagem”, lê-se num texto publicado logo no sábado. 

José César Paulouro das Neves tinha 78 anos, tendo nascido em 1937 no Fundão. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, ingressou em 1965 na carreira diplomática, tendo chefiado embaixadas tão importantes como as de Maputo, Paris e Roma. Desde 2002 que estava reformado.

Foi “um dos mais brilhantes diplomatas portugueses das últimas décadas”, escreveu Francisco Seixas da Costa, que também passaria, como embaixador de Portugal, por Paris, no seu blogue Duas ou três coisas. “Era, além disso, um grande homem de bem e de caráter” o diplomata, que lhe presta a seguir uma homenagem muito pessoal: “Houve dois ou três nomes da carreira diplomática portuguesa das últimas décadas – não mais! – sob cuja orientação gostaria de ter trabalhado, pela certeza antecipada de que, com eles, o que aprenderia me iria ajudar a ser um melhor profissional. José César Paulouro das Neves era um deles”.

Já outro antigo embaixados, Marcello Duarte Mathias, escreveu no seu livro “Diário da Índia” que Paulouro das Neves era quem melhor escrevia português no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Depois de se aposentar, Paulouro das Neves foi, entre 2003 e 2006, consultor da Casa Civil do ex-Presidente da República Jorge Sampaio e professor catedrático convidado da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra desde 2005.

O corpo de José César Paulouro das Neves estará em câmara ardente a partir das 16h00 de segunda-feira na Basílica da Estrela, em Lisboa. O funeral realiza-se terça-feira, para o cemitério do Alto de São João, às 14h00.

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