O ministro das Finanças britânico, George Osborne, que apresenta na quarta-feira o orçamento retificativo de outono, anunciou este domingo que os fundos destinados ao combate ao terrorismo serão aumentados 30%, sem contudo afastar cortes orçamentais na polícia.
“É justamente porque tomamos decisões difíceis noutras partes do nosso orçamento que podemos dar mais equipamentos aos nossos militares, que podemos aumentar o nosso orçamento de luta contra o terrorismo em 30%”, declarou o ministro no The Andrew Marr Show, a emissão política dominical da BBC.
Os fundos destinados à estratégia anti-terrorismo serão assim aumentados para um total de 15 mil milhões de libras (21 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos, um aumento de 30% em relação ao que foi gasto nos últimos cinco.
Na sequência dos atentados de Paris de 13 de novembro, que causaram 130 mortos, o governo britânico anunciou várias medidas, como um aumento de perto de 15% dos efetivos dos serviços de segurança interna (MI5), externa (MI6) e de vigilância (GCHQ). Estas contratações serão financiadas precisamente com o aumento de verbas divulgado hoje.
No entanto, o governo conservador não fez qualquer anúncio relativo à polícia, quando se levantaram algumas vozes de preocupação pelos cortes orçamentais que a poderão afetar.
Interrogado hoje sobre o assunto, George Osborne recusou dizer claramente se o seu orçamento prevê cortes orçamentais na polícia.
“Cada serviço público deve assegurar-se de que gasta corretamente os seus fundos, mas vamos garantir que o Reino Unido está bem defendido contra a ameaça terrorista”, respondeu.
“Aumentar em 30% o nosso orçamento de luta contra o terrorismo significa que o dinheiro irá para a polícia como para os serviços de segurança para podermos lutar contra ataques com armas de fogo e impedirmos, em primeiro lugar, as armas de entrarem no nosso país”, adiantou.
O ministro das Finanças britânico apresentará na quarta-feira os cortes previstos na despesa pública para atingir o objetivo final de um excedente orçamental no ano fiscal de 2019-2020.