Donald Trump quer proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos. Esquecendo o que isso significa a nível moral e político, debrucemo-nos sobre os números: o país perderia qualquer coisa como 17 mil milhões de euros no Turismo, conta o Telegraph. Só os muçulmanos britânicos representam quase 300 milhões de euros desse bolo.
Um artigo da revista Travel and Leisure chegou a esse número e concluiu que Bahrain, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos representam 37% de todos os muçulmanos que viajam pelo mundo.
Em 2013, diz o Telegraph, um milhão de turistas provenientes do Médio Oriente visitaram os Estados Unidos, gastando, em média, mais de cinco mil euros cada. Este milhão de turistas gastou mais de seis mil milhões de euros nas viagens ao território norte-americano. Países como Turquia, Indonésia e Malásia — igualmente muçulmanos, porém fora do Médio Oriente — representariam perdas que situariam esta soma nos tais 17 mil milhões de euros.
Petition calling for Republican presidential candidate Donald Trump to be barred from entering UK passes 100,000 https://t.co/yOtNyRIMBv
— BBC Breaking News (@BBCBreaking) December 9, 2015
Os muçulmanos britânicos (5% do Reino Unido), diz o mesmo artigo, gastaram mais de três mil milhões de euros em viagens à terra do Tio Sam, em 2014. Os turistas britânicos não necessitam de visto para entrar nos EUA.
“O primeiro-ministro britânico está totalmente em desacordo com os comentários de Donald Trump, que causam divisões, são inúteis e completamente equivocados”, disse o porta-voz de Cameron, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
“O que Donald Trump disse desqualifica-o para ser presidente”, afirmou Josh Earnest, porta-voz de Barack Obama, evocando que as declarações são “moralmente repreensíveis” e que terão “consequências” para a segurança nacional norte-americana. Republicanos, Democratas, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e Ban Ki-moon, o secretário-geral da ONU, já condenaram os comentários xenófobos de Donald Trump, o mais polémico candidato presidencial.
Apesar de toda a polémica, Donald Trump recorreu ao Twitter para reforçar a posição e negar a sua presença na Jordânia: “Apesar do meu grande respeito pelo rei Abdullah II, não visitarei a Jordânia nesta altura. Isto é em resposta ao falso artigo da AP”. Mais tarde, escreveu: “O nosso país enfrenta uma grande ameaça que é o terrorismo islâmico radical. É melhor tornarmo-nos muito espertos, e muito duros, rápidos, antes que seja tarde de mais.” O último tweet desta vaga criticava quem o censurou: “Wow, que dia! Tantos tolos que rejeitam reconhecer o tremendo perigo e incerteza que representa a vinda de certas pessoas para os EUA .”
Despite my great respect for King Abdullah II, I will not be visiting Jordan at this time. This is in response to the false @AP report.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 9, 2015
Our country is facing a major threat from radical Islamic terrorism. We better get very smart, and very tough, FAST, before it is too late!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 9, 2015
Wow, what a day. So many foolish people that refuse to acknowledge the tremendous danger and uncertainty of certain people coming into U.S.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 9, 2015