O fantasma dos ataques étnicos volta a agitar o Burundi. Aquele que é o segundo país mais pobre do mundo vive uma enorme agitação desde que, em abril, o Presidente Pierre Nkurunziza, de etnia Hutu, anunciou que pretendia concorrer pela terceira vez à presidência. O debate foi acalorado e obrigou a uma avaliação do Tribunal Constitucional, que julgou a favor do Presidente ao mesmo tempo que vários juízes admitiam ter sido coagidos. A violência irrompeu nas ruas com a decisão, o exército tentou um golpe e dezenas de milhares de pessoas fugiram da capital Bujumbura.

As eleições de julho confirmam a vitória de Nkurunziza, com o líder a oposição a declarar que o escrutínio foi uma anedota. Em novembro o governo deu cinco dias aos opositores do Presidente para se renderem, sob pena de os perseguir e assassinar a partir daí. É neste enquadramento que deve ser visto o ataque deste sábado, em que 150 pessoas assaltaram três instalações militares para recolher armas – o exército ripostou e os corpos amontoaram-se nas ruas da capital, tendo uma testemunha dito à Associated Press que alguns tinham sido executados com um tiro na nuca.

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